Sopelsa prega a reavaliação urgente do MDB

O presidente da Assembleia, deputado Moacir Sopelsa, fez uma dura crítica ao MDB durante encontro com a bancada da sigla nesta semana e alertou para o risco do maior partido do Estado definhar caso não passe por uma autocrítica e imediata reavaliação, principalmente às vésperas da legenda receber um convite para integrar o novo governo, seja qual for o vencedor desta eleição, Jorginho Mello (PL) ou Décio Lima (PT), por ter a segunda maior bancada no parlamento.

Para Sopelsa, o futuro da agremiação está em jogo após duas eleições estaduais em que não conseguiu chegar ao segundo turno nem com Mauro Mariani na cabeça de chapa, em 2018, tampouco na condição de vice de Carlos Moisés (Republicanos) com Udo Döhler, em 2022.

Na avaliação do experiente político, está claro pelos números de votos dados aos deputados que o MDB tem um capital político de pouco mais de 500 mil votos e isso não lhe dá um sobrevida, pois pouco transferiu na disputa ao governo e menos ainda ao candidato ao Senado Celso Maldaner, que fez 304.799 votos e ficou em quinto lugar na disputa, após patrocinar uma série de equívocos durante a pré-campanha.

Peso do partido é menor do que o resultado

Aos que ponderam dentro da sigla que os seis eleitos à Assembleia – perdeu três cadeiras – e os três federais – manteve a mesma bancada na Câmara – deveriam ser comemorados em função da força da segunda onda Bolsonaro, Sopelsa adverte que, na posse dos novos governantes, em 2023, muitos parlamentares, prefeitos, vices e vereadores devem ser cooptados e mudar de endereço partidário em função da necessidade de sobrevivência ou da falta de perspectiva em uma legenda enfraquecida.

Aos 76 anos, Sopelsa, que deixa a cena da vida pública em 31 de janeiro do ano que vem depois de ter sido vereador, prefeito de Concórdia, seis mandatos de deputado estadual e concluir o ciclo como presidente do Legislativo Estadual, tendo exercido interinamente o governo do Estado devido às licenças do titular Carlos Moisés e da vice Daniela Reinehr (PL), é uma voz que precisa ser levada em consideração.

Tema preocupa os líderes nacionais de MDB, PSDB, Cidadania e Podemos

A necessidade de fortalecer os partidos que saíram menores do que entraram nesta campanha tem repercussão nacional e foi o tema da possibilidade da criação de uma federação que reuniria MDB, Podemos, PSDB e Cidadania, em encontro, na quarta (19), em Brasília.

No apartamento da presidente do Podemos Renata Abreu, os presidentes Bruno Araújo, do PSDB; Baleia Rossi, do MDB; e Roberto Freire, do Cidadania, avançaram na primeira conversa que, se concretizada, transformará as quatro siglas na maior bancada do Senado, com 21 integrantes, e em uma das maiores da Câmara, com 72 cadeiras.

Isso, independentemente da vitória de Lula (PT) ou de Jair Bolsonaro (PL), pois as quatro siglas da futura federação tornariam-se necessárias parceiras pela governabilidade, sem considerar que ganham em número de governadores e prefeitos, deputados estaduais e vereadores, em todo o país.

Em Santa Catarina, a eventual criação da federação resultaria, só na Assembleia, uma bancada de 11 parlamentares com MDB (6), Podemos (3) e PSDB (2), o que igualaria a maior delas, a do PL, que possui o mesmo número de cadeiras a partir de fevereiro de 2023.

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