Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Eleições 2024

Siglas ainda não avaliaram os prejuízos com a Operação Mensageiro

A um ano e três meses das convenções, há um rebuliço nos partidos

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Foto: Redes Sociais/Reprodução
Foto: Redes Sociais/Reprodução

Se o universo de prefeitos detidos na quarta fase da Operação Mensageiro mudou a perspectiva das três ofensivas anteriores, já que cinco dos nove mandatários que tiveram prisão preventiva decretada a pedido do Ministério Público Estadual têm a possibilidade de concorrer aos atuais cargos mais uma vez, há um ruidoso prejuízo para os partidos a um ano e três meses do início das convenções para as eleições no ano que vem.

Dos 18 políticos com mandatos que foram alvo das operações do Gaeco e do Gaec – 16 prefeitos, 1 vice e um vereador -, apontados pelo MP como beneficiários do maior esquema de corrupção da história municipalista de Santa Catarina, que envolve a coleta e a destinação do lixo, nove deles poderiam tentar a reeleição em 2024, enquanto que os que encerrariam oito anos de mandato prejudicaram apadrinhados políticos que, no mínimo, entrarão no processo eleitoral para dar explicações.

Como as filiações se concentram em partidos tradicionais, com prefeitos de viés conservador, as consequências serão imprevisíveis junto ao eleitorado, que repete como um mantra a necessidade de combate à corrupção e viu biografias bastante arranhadas.

São investigações, não obstante a robustez das provas, portanto estão sujeitas ao contraditório caso a caso, no momento em que, se denunciados pelo MP, virarem réus pelas mãos do Judiciário. Porém aumenta a complexidade do convencimento do dono do voto, mais acostumado a julgar antes do tempo da Justiça.

No popular, as siglas devem perder ativos para 2024 com a forte acusação de que cederam à corrupção, pior porque não há no horizonte a perspectiva da operação dar trégua ou encerrar sua saga na quarta fase.

Difícil será apontar o dedo para os adversários

O assunto Operação Mensageiro ainda é tratado de maneira discreta pelos líderes partidários, que preferem, por ora, a presunção de inocência como argumento ou a tangencial máxima de que o ônus da prova cabe a quem acusa.

Mas isso não funciona de maneira passiva na cabeça do eleitor, basta ver que as siglas que possuem o maior número de prefeituras sob o comando em Santa Catarina estão no mesmo barco.

Pelo menos uma delas, o PP, tem que resolver o problema na maior cidade que administra, Tubarão, sem esquecer o PSD que viu crescer a questão em uma das principais que comanda, no caso Lages.

O MDB que tem 98 prefeitos lidera a lista de detidos na Mensageiro, cinco, e nem o PL escapou, com dois mandatários envolvidos, inclusive o da maior prefeitura sob sua gestão, Itapoá, um dos primeiros presos pelo Gaeco e Geac.

Depois vem a turma do 1 prefeito cada: Republicanos, Podemos e Patriota, mais um vice do União Brasil, em Tubarão.

Pensar que uma Operação do porte da Mensageiro dará um ponto final em carreiras políticas depende exclusivamente do eleitor, capaz de relevar ou esquecer, pois, por ora, antes de qualquer condenação transitada em julgado, no último grau de recurso, será complicada a expulsão do filiado, mas nem isso está afastado.

Operação Mensageiro: o problema por siglas nas cidades

O gráfico mostra bem o tamanho do problema, onde os partidos terão que gastar mais saliva e optar, inevitavelmente, pela responsabilização dos prefeitos e não da sigla. Outra questão é a regional, onde os caciques precisam convencer os eleitores sobre como velhos companheiros ou aliados, que defendem os mesmos valores, estão na lista da Operação Mensageiro:

Prefeito MunicípioPartidoSituação
Luiz Henrique Saliba PapanduvaPPreeleito/réu
Deyvison Souza Pescaria BravaMDBreeleito/réu
Vicente Corrêa Costa Capivari de BaixoPLreleleito/réu
Marlon Neuber ItapoáPLreeleito/réu
Joares Ponticelli TubarãoPPreeleito/réu
Caio Tokarski (vice-prefeito)TubarãoUnião Brasilreeleito/réu
Antônio Ceron LagesPSDreeleito/denunciado
Antônio Rodrigues Balneário Barra do SulPP1º mandato/denunciado
Luiz Carlos Tamanini CorupáMDB1º mandato/preventiva
Luiz Divonsir Shimoguiri Três BarrasPSD1º mandato/preventiva
Luis Antonio Chiodini Guaramirim PPreeleito/preventiva
Adriano Poffo IbiramaMDBreeleito/preventiva
Patrick Corrêa ImaruíRepublicanos1º mandato/preventiva
Sesar Tassi MassarandubaMDBreeleito/preventiva
Adilson Lisczkovski Major VieiraPatriota1º mandato/preventiva
Alfredo Cezar Dreher Bela Vista do ToldoPodemos1º mandato/preventiva
Felipe Voigt SchroederMDB3º mandato/preventiva
Lista apurada a partir da Operação Mensageiro do Gaeco e Gaec e de dados do TRE/SC

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