Segunda condenação na Mensageiro tem sentença de 62 anos e 1 mês de reclusão
Ex-prefeito de Pescaria Brava já está preso preventivamente pela segunda vez
• Atualizado
O ex-prefeito Deyvison Souza (MDB), de Pescaria Brava, que renunciou ao mandato depois de ser preso na Operação Mensageiro, do Gaeco, foi condenado a 64 anos de reclusão em regime fechado pelos crimes de organização criminosa e corrupção, além de ter os direitos políticos cassados por oito anos, mas por ajuste legal, terá a pena reduzida para 62 anos e 1 mês. Com ele também foram condenadas outras sete pessoas, com penas que chegam a 25 anos de prisão.
Deyvison, que foi preso preventivamente pela segunda vez, recentemente, é o segundo condenado na Mensageiro, que, desde o início em 8 de dezembro de 2022, prendeu 24 prefeitos, um vice e um vereador, na investigação de pagamento de propina por uma empresa de recolhimento e tratamento de lixo parta garantir contratos, alguns antes das posses dos mandatários. A diferença é que a condenação ocorreu no primeiro grau, pelo juiz Renato Muller Bratti, da Vara Criminal de Laguna.
A manobra de sair da atribuição do Tribunal de Justiça, com a renúncia ao cargo, foi comum entre os vários prefeitos e um vice presos.
Primeiro prefeito foi condenado pelo TJ
O primeiro condenado na mesma operação, o ex-prefeito Marlon Neuber (PL), de Itapoá, foi condenado a 18 anos de prisão, na 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em Florianópolis, por conta das denúncias apontadas pela Operação Mensageiro. Ele foi considerado culpado pelos crimes de organização criminosa e corrupção ativa. A pena inicial, informada pela Justiça, foi de 59 anos, 11 meses e 15 dias, mas ele obteve redução da pena. Marlon também não poderá concorrer a cargos públicos por oito anos após o cumprimento da sentença.
Além de Marlon, a Justiça também condenou mais duas pessoas do núcleo político a penas que variam de 23 anos a 10 meses de prisão. Outros sete réus ligados à empresa Serrana foram condenados a penas entre 1 ano e 42 anos de prisão anos de prisão. Todos eles são delatores e tiveram os prazos das penas reduzidas por conta do acordo.
A decisão determinou também um repasse de R$ 1,6 milhão, referente a valores obtidos pelos réus no esquema de pagamento de propina, serão devolvidos aos cofres públicos da prefeitura de Itapoá.
Gaeco já prendeu quase 10% dos prefeitos catarinenses
Ao todo 24 prefeitos foram presos na Operação Mensageiro, mais seis outros foram para a cadeia por conta de outras operações que investigam um crime comum a todos: a corrupção. É um duro golpe para a representatividade municipal catarinense.
Se consideradas as prisões, apenas de dezembro de 2022 até hoje, são 25 prefeitos detidos. Se o recorte for a partir da posse dos novos mandatários, em 2021, este número sobe para 28, quase 10% dos 295 prefeitos catarinenses, um escândalo sem precedentes no Estado.
Veja como está a situação política de cada prefeito e vice presos na Mensageiro:
Prefeito | Município | Partido | Situação |
Luiz Henrique Saliba | Papanduva | PP | Mandato extinto |
Deyvison Souza | Pescaria Brava | MDB | Renunciou/Condenado a 62 e 1 mês de prisão |
Vicente Corrêa Costa | Capivari de Baixo | PL | Renunciou |
Marlon Neuber | Itapoá | PL | Renunciou/Condenado a 18 anos de prisão |
Joares Ponticelli | Tubarão | PP | Renunciou |
Caio Tokarski (vice-prefeito) | Tubarão | União Brasil | Renunciou |
Antônio Ceron | Lages | PSD | |
Antônio Rodrigues | Balneário Barra do Sul | PP | Mandato extinto |
Luiz Carlos Tamanini | Corupá | MDB | Renunciou |
Luiz Divonsir Shimoguiri | Três Barras | PSD | Renunciou |
Luis Antonio Chiodini | Guaramirim | PP | Renunciou |
Adriano Poffo | Ibirama | MDB | |
Patrick Corrêa | Imaruí | Republicanos | |
Sesar Tassi | Massaranduba | MDB | Renunciou |
Adilson Lisczkovski | Major Vieira | Patriota | Mandato extinto |
Alfredo Cezar Dreher | Bela Vista do Toldo | Podemos | Renunciou |
Felipe Voigt | Schroeder | MDB | Renunciou |
Clezio Fortunato | São João do Itaperiú | MDB | Prisão preventiva |
Jaime Antônio de Souza (vice-prefeito) | São João do Itaperiú | PL | Prisão preventiva |
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