‘Salvamento’ de Eduardo Bolsonaro tende a virar competição entre governadores
Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, lidera a lista e deve criar um cargo especial para o filho 03, da Jair Bolsonaro
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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), deverá criar um cargo especial para nomear o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e evitar que o parlamentar perca o mandato se não retornar à Câmara, onde a licença de 120 dias venceu no último domingo (20). A informação é da colunista Mônica Bérgamo, da Folha de S. Paulo.
A manobra deve evitar, em uma primeira análise, uma competição entre governadores para jogar a boia de salvação para o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), operação que teria especulações em torno dos nomes dos governadores Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.
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Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março deste ano, não pode faltar mais de um terço das sessões do plenário da Câmara para evitar a perda do mandato, e o prazo volta a contar a partir de 4 de agosto, quando o Congresso Nacional retoma os trabalhos após o recesso.
Um das saídas, será Eduardo assumir um cargo de secretário estadual, o que abriria uma nova licença das atividades parlamentares, mas com a sutileza de que o deputado continuaria a morar nos Estados Unidos e exercer a função remunerada por lá. A outra, mudar o regimento da Câmara para aumentar o tempo de licença.
Caso se confirme a proposta de Castro, a ideia de relocar Eduardo ou em Santa Catarina, pelas mãos de Jorginho, ou em São Paulo, com um canetaço de Tarcísio, seria descartada. Mas para agradar o ex-presidente da República, até uma competição entre governadores que apoiam Bolsonaro não está descartada, revelam figuras do PL nacional.
Em Santa Catarina, assunto não foi tratado
O secretário adjunto de Comunicação de Santa Catarina, o jornalista Nathan Neumann, informou à coluna que uma eventual nomeação de Eduardo Bolsonaro para uma secretaria estadual não foi debatida no governo do Estado, apenas soube da informação pela imprensa.
Com opções de Cláudio Castro e Tarcísio de Freitas, Jorginho ficaria mais tranquilo diante da necessidade de atender a mais um pedido de Jair Bolsonaro.
Ainda pesa na balança a indicação pelo ex-presidente, que já fechou questão em ter o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho 02, candidato ao Senado por Santa Catarina, em 2026, uma questão que ainda terá que ser equacionada e provoca reações dentro e fora do PL, entre políticos e eleitores da direita no Estado.
Assista ao comentário:
Motta nega comissões no recesso e frustra bolsonaristas
Alguns deputados do Partido Liberal (PL) chegaram à Câmara na manhã desta terça-feira (22) para participar de duas reuniões: uma de moção de louvor ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, e outra na Comissão de Segurança Pública. Enquanto os deputados estavam registrando presença, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), assinou uma decisão proibindo sessões de colegiados durante recesso parlamentar.
As reuniões tiveram de ser canceladas. A maioria dos deputados já estava na Comissão de Segurança, que inclusive teve quórum de 23 parlamentares. Por causa da decisão de Motta, todos eles saíram da comissão e se reuniram fora dela.
O presidente do colegiado de segurança, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), levou à reunião um certificado, assinado por ele, de moção de apoio a Bolsonaro.
O texto diz: “A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, em atendimento ao Requerimento n° 234/2025, confere ao 38° Presidente do Brasil, Sr. Jair Messias Bolsonaro, esta Moção de Apoio em razão de alegada perseguição política e de seus impactos na ordem e segurança públicas nacionais”.
“O recesso é branco (porque a LDO não foi votada), então reuniões podem ser convocadas. Mobilizamos os deputados pra que estivessem aqui ontem e hoje; 55 deputados vieram a Brasília ontem pra participar das reuniões. Hoje, após o quórum, Motta cancelou. Mas a oposição não vai se calar. A decisão de Motta nos impede de manifestar a palavra”, disse Bilynskyj.
* Com informações do SBT News
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