Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


Política Compartilhar
Assembleia Legislativa

Quase 90 anos depois de Antonieta de Barros assumir na Alesc, Vanessa da Rosa faz história

Deputada petista assumirá mandato por 30 dias na vaga de Padre Pedro

• Atualizado

Por

Reprodução
Reprodução

Ex-secretária de Educação de Joinville, a professora Vanessa da Rosa (PT) é, pela segunda vez na história política de Santa Catarina, uma mulher negra que assume um mandato na Assembleia Legislativa. A primeira foi a também professora Antonieta de Barros.

Vanessa, de 49 anos, que fez 16.832 votos, em 2022, substituirá o deputado Padre Pedro Baldissera (PT) por 30 dias. Ela é professora de carreira no município de Joinville há mais de 30 anos. Fazer história é com Vanessa, pois foi a primeira mulher negra a comandar a pasta da Educação na mais populosa cidade do Estado.

A inspiração pela educação vem de Antonieta de Barros, a histórica catarinense, que foi jornalista, professora e política, uma das primeiras mulheres eleitas no Brasil, e que hoje tem seu nome inscrito no Livro de Aço dos heróis e heroínas nacionais, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves.

Na posse, na manhã desta quinta-feira (19), Vanessa foi saudada pelos deputados presentes à sessão e recebeu o carinho do titular da vaga, Pedro Baldissera.

A deputada Vanessa da Rosa durante a posse na Assembleia. Bruno Collaço/Agência AL

A rica história de Antonieta de Barros que precisa ser recontada

Em 1934, acontece a primeira eleição em que mulheres puderam votar e serem votadas para o Executivo e Legislativo no Brasil. Antonieta concorreu para uma das vagas de deputada estadual filiada ao Partido Liberal Catarinense (PLC), e ficou na suplência. Ocorre que Leônidas Coelho de Souza nem chegou a tomar posse por ter sido nomeado prefeito de Caçador, no Meio-Oeste, e Antonieta assumiu a titularidade do mandato na 1ª legislatura (1935 — 1937). Foi a primeira deputada estadual mulher e negra do país e uma pioneira no combate à discriminação dos negros e das mulheres.

Foi constituinte em 1935, sendo responsável pelos capítulos Educação e Cultura e Funcionalismo. Em 19 de julho de 1937, Antonieta presidiu a Sessão da Assembleia Legislativa e se torna a primeira mulher a assumir a presidência de uma assembleia no Brasil. Seu mandato termina com o início do Estado Novo, que fecha os parlamentos de todo o país.

Autora da lei que deu uma data aos professores brasileiros

No retorno da democracia, foi deputada estadual na 1ª legislatura (1947 — 1951), como suplente convocada, afiliada ao Partido Social Democrático (PSD).[14] Assumiu o mandato em junho de 1948, quando José Boabaid se afastou, sendo novamente a única mulher no parlamento catarinense. Nessa legislatura, continuou a defesa da educação, sugerindo a concessão de bolsas de cursos superiores para alunos carentes e concursos para o magistério.[5]

Antonieta de Barros é autora da lei estadual nº 145, de 12 de outubro de 1948, que instituiu o dia do professor e o feriado escolar no estado de Santa Catarina. A data escolhida, 15 de outubro, refere-se à promulgação da primeira grande lei educacional do Brasil, sancionada por Dom Pedro I, em 15 de outubro de 1827. Mais tarde, em outubro de 1963, a data seria oficializada no país inteiro pelo presidente da República João Goulart.

>> Para mais notícias, siga o SCC10 no TwitterInstagram e Facebook.

Quer receber notícias no seu whatsapp?

EU QUERO

Ao entrar você esta ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

Fale Conosco
Receba NOTÍCIAS
Posso Ajudar? ×

    Este site é protegido por reCAPTCHA e Google
    Política de Privacidade e Termos de Serviço se aplicam.