Quase 90 anos depois de Antonieta de Barros assumir na Alesc, Vanessa da Rosa faz história
Deputada petista assumirá mandato por 30 dias na vaga de Padre Pedro
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Ex-secretária de Educação de Joinville, a professora Vanessa da Rosa (PT) é, pela segunda vez na história política de Santa Catarina, uma mulher negra que assume um mandato na Assembleia Legislativa. A primeira foi a também professora Antonieta de Barros.
Vanessa, de 49 anos, que fez 16.832 votos, em 2022, substituirá o deputado Padre Pedro Baldissera (PT) por 30 dias. Ela é professora de carreira no município de Joinville há mais de 30 anos. Fazer história é com Vanessa, pois foi a primeira mulher negra a comandar a pasta da Educação na mais populosa cidade do Estado.
A inspiração pela educação vem de Antonieta de Barros, a histórica catarinense, que foi jornalista, professora e política, uma das primeiras mulheres eleitas no Brasil, e que hoje tem seu nome inscrito no Livro de Aço dos heróis e heroínas nacionais, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves.
Na posse, na manhã desta quinta-feira (19), Vanessa foi saudada pelos deputados presentes à sessão e recebeu o carinho do titular da vaga, Pedro Baldissera.
A rica história de Antonieta de Barros que precisa ser recontada
Em 1934, acontece a primeira eleição em que mulheres puderam votar e serem votadas para o Executivo e Legislativo no Brasil. Antonieta concorreu para uma das vagas de deputada estadual filiada ao Partido Liberal Catarinense (PLC), e ficou na suplência. Ocorre que Leônidas Coelho de Souza nem chegou a tomar posse por ter sido nomeado prefeito de Caçador, no Meio-Oeste, e Antonieta assumiu a titularidade do mandato na 1ª legislatura (1935 — 1937). Foi a primeira deputada estadual mulher e negra do país e uma pioneira no combate à discriminação dos negros e das mulheres.
Foi constituinte em 1935, sendo responsável pelos capítulos Educação e Cultura e Funcionalismo. Em 19 de julho de 1937, Antonieta presidiu a Sessão da Assembleia Legislativa e se torna a primeira mulher a assumir a presidência de uma assembleia no Brasil. Seu mandato termina com o início do Estado Novo, que fecha os parlamentos de todo o país.
Autora da lei que deu uma data aos professores brasileiros
No retorno da democracia, foi deputada estadual na 1ª legislatura (1947 — 1951), como suplente convocada, afiliada ao Partido Social Democrático (PSD).[14] Assumiu o mandato em junho de 1948, quando José Boabaid se afastou, sendo novamente a única mulher no parlamento catarinense. Nessa legislatura, continuou a defesa da educação, sugerindo a concessão de bolsas de cursos superiores para alunos carentes e concursos para o magistério.[5]
Antonieta de Barros é autora da lei estadual nº 145, de 12 de outubro de 1948, que instituiu o dia do professor e o feriado escolar no estado de Santa Catarina. A data escolhida, 15 de outubro, refere-se à promulgação da primeira grande lei educacional do Brasil, sancionada por Dom Pedro I, em 15 de outubro de 1827. Mais tarde, em outubro de 1963, a data seria oficializada no país inteiro pelo presidente da República João Goulart.
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