Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


Roberto Azevedo Compartilhar
Esplanada eclética

PSD e União Brasil com Lula: desafio para filiados em SC

Siglas apoiaram Bolsonaro nas eleições de 2022 no Estado e enfrentam saia-justa

• Atualizado

Por

Foto: Reprodução/SBT News
Foto: Reprodução/SBT News

Pelo menos dois líderes políticos, o ex-prefeito de Florianópolis e candidato ao governo Gean Loureiro, do União Brasil, e o prefeito João Rodrigues, do PSD, de Chapecó, se posicionaram após o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter indicado ministros das siglas para compor a Esplanada, em Brasília.

Tanto Gean quanto João, apoiaram o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, mas reagiram de maneiras um pouco diferente à adesão das siglas ao governo que toma posse dia 1º de janeiro.

Gean, presidente estadual do União Brasil, aguarda uma manifestação do diretório nacional com o apoio da bancada na Câmara “declarando nossa independência em relação ao governo federal”, fato que foi deixado claro pelo presidente Luciano Bivar.

João foi mais diplomático, que é reconhecido por ser um conservador histórico e defensor de Bolsonaro, e fez duas observações: respeitará o presidente Lula institucionalmente, até porque sua posição de prefeito impõe esta condição, porém prossegue na trincheira contra a esquerda e o PT e que não faz parte das alas do PSD que já sinalizavam apoio ao petista durante a campanha.

Ouça o áudio de João:

A coluna tentou, sem sucesso, contato com outros integrantes das siglas, como o ex-governador Raimundo Colombo (PSD), que, “por gratidão”, como dizia em 2014, apoiou a reeleição da petista Dilma Rousseff, enquanto o restante dos pessedistas catarinenses seguiram com Aécio Neves (PSDB).

A articulação pela governabilidade reuniu nove partidos

Com 37 ministérios, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve que segurar a gula petista para abrigar, na última fornada de anunciados, outro oitos partidos, mas é a presença de PSD e União Brasil na Esplanada que promete repercutir entre os conservadores assumidos e neobolsonaristas catarinenses.

As duas legendas apoiaram formalmente a reeleição do presidente Jair Bolsonaro no Estado, o que inclui muito emedebistas locais, embora a senadora Simone Tebet fosse candidata ao Planalto pelo MDB e a também senadora Soraya Thronike concorresse pelo União, ambas do Mato Grosso do Sul e com idêntica desventura em Santa Catarina, sequer citadas pela maioria dos candidatos.

Gean concorreu ao governo com apoio a Bolsonaro e nem o partido que o apoiou e deu o vice Eron Giordani, o PSD, ficou preocupado quando o presidente nacional da sigla, o ex-prefeito Gilberto Kassab liberou os comandados a seguir bem quem entendessem, melhor para o prefeito João Rodrigues, bolsonarista desde antes conhecer o presidente, e que sempre manteve um discurso afiado contra Lula e o PT, principalmente quando foi deputado estadual.

O PSD saiu a costela do DEM para dar apoio à então presidente Dilma Rousseff (PT), mas sempre seguiu a onda do Centrão: onde existir governo a gente embarca.

Não muito diferente do que se esperava do DEM depois da fusão com o PSL, pois o fruto da “União”, não escaparia à tentação, e cabe registrar que o próprio Gean, quando assumiu por duas vezes a cadeira de deputado federal pelo MDB, em 2011, esteve na Câmara na base de apoio à Dilma.

No placar, o MDB ficou com três ministros, mesmo número da cota do PSD e do União, com uma história estranha de que o pedetista Walder Góes, que deixa o governo do Amapá, entrará na pasta da Integração com o apoio de Bivar, sem precisar se deve ou não trocar de sigla.

Uma lista de quem não deve mudar de partido, mas rugir de raiva

Se para quem se elegeu a surfar na onda Bolsonaro é difícil encontrar um discurso para contar “em casa”, calcule para os deputados estaduais e federais eleitos por PSD e por União, que não têm a maleabilidade histórica dos emedebistas, além de estarem impedidos legalmente de trocar de endereço partidário sem o risco de perder o mandato.

Na Assembleia, o reeleito Jair Miotto e os estreantes Marcos da Rosa e Sérgio Guimarães, pelo União; e o reeleito Julio Garcia, mais os novatos Napoleão Bernardes e Mário Motta, pelo PSD, devem preparar o discurso a independência em relação a Lula.

O impacto para eles será muito menor do que para os federais Ismael dos Santos e Ricardo Guidi, do PSD, e Fábio Schiochet, do União, que serão chamados a votar com o governo petista por pressão, a mesma que não poupará nem Luciano Bivar, reeleito deputado federal por Pernambuco, que preside nacional da sigla de Gean Loureiro.

>> Para mais notícias, siga o SCC10 no TwitterInstagram e Facebook.

Quer receber notícias no seu whatsapp?

EU QUERO

Ao entrar você esta ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

Fale Conosco
Receba NOTÍCIAS
Posso Ajudar? ×

    Este site é protegido por reCAPTCHA e Google
    Política de Privacidade e Termos de Serviço se aplicam.