Presidente da Fesporte acusa Federação de Atletismo de boicote político aos Parajasc
A falta de árbitros levou ao adiamento das provas em Timbó
• Atualizado
O presidente da Fesporte, coronel Freibergue Rubem do Nascimento, acusa o presidente e o vice-presidente da Federação Catarinense de Atletismo (FCA) de boicote técnico e político à competição dos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc), que se realizam em Blumenau, e que teve a competição, que será realizada em Timbó, no Vale do Itajaí, adiada por falta de árbitros.
A FCA alega que fez pedidos para a melhoria da condição de trabalho de seus árbitros, que não foram atendidos pela entidade máxima do esporte estadual, enquanto a Fesporte rebate que fazer ajustes na forma de remuneração, uma das reivindicações, seria inviável do ponto vista jurídico, incorrendo em grave irregularidade no uso do dinheiro público, enquanto o pagamento de deslocamento e alimentação bem como alojamento adequado, já são fornecidos.
Freibergue afirma que inexiste uma uma política para a utilização dos árbitros ou mesmo que permita utilizar profissionais habilitados de outros estados. A Fesporte entrou em contato com 15 árbitros do Rio Grande do Sul, enviou dois ônibus a Porto Alegre, e eles não embarcaram por pressão da FCA. Também foram contatados profissionais de São Paulo e Minas Gerais.
A questão enveredou para o âmbito político e ideológico. Freibergue sentencia que a liderança negativa é a de Sérgio Galdino a quem o presidente da Fesporte passou a considerar um “traidor”. Galdino é ex-esportista olímpico da Marcha Atlética e uma liderança no setor esportivo estadual, que hoje ocupa o cargo de secretário municipal de Esporte de Blumenau, parceira da Fesporte no evento dos Parajasc.
Outro alvo das críticas do presidente da Fesporte, que está sendo cobrado por dirigentes, deputados e prefeitos, é o presidente da FCA, Deraldo Ferreira Oppa, que segundo Freibergue, teria a motivação pelo boicote por ser ligado a um partido de esquerda, o PCdoB. A Fesporte recorreu ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), presidido por Felipe Branco Bogdan, mas confirma que não só a FCA ignorou os apelos, como rompeu o contato com a Fesporte.
Problema desconsiderou os atletas
Na presença do presidente do TJD, a FCA reivindicou alimentação, pedágio, conforto e a compra de material que historicamente a entidade fornece à Fesporte, como colchões às provas de salto em altura. A Fesporte, do governo do Estado, só pode adquirir materiais por licitação, o que demora, e fazer mudanças nos critérios de remuneração e apoio logístico e financeiro aos árbitros com antecedência.
Freibergue do Nascimento desabafa e afirma que a Fesporte é vítima da reserva de mercado de árbitros da FCA. E agora apela ao bom senso e até à Assembleia Legislativa, além de lideranças do governo, para o que considera “pôr ordem na casa”.
Os prefeitos pediram que a competição não fosse cancelada, daí o adiamento promovido pela Fesporte, no mínimo pelos próximos 30 dias. O cenário eleitoral municipal é o pano de fundo, pois Freibergue sugere que a pretensão política de alguns dirigentes da FCA motivou o boicote.
De qualquer forma, o quadro é injusto para os paratletas, que ficam foram da competição, ainda com realização incerta. Muitos deles dependem de índices para assegurar bolsas e patrocínios, por isso Freibergue dispara contra Galdino sobre quem diz que ele defendeu os árbitros e não Blumenau, responsável por bancar o evento com a Fesporte, sem esquecer que o prefeito Mário Hildebrandt é filiado ao PL, partido do governador Jorgeinho Mello.
Freibergue sustenta que o momento não poderia ser mais contraditório. O boicote ocorre quando a entidade que preside e o governo do Estado trabalham na construção da Lei de Incentivo ao Esporte, que garantirá mais de R$ 75 milhões ao setor catarinense. A Fesporte também já assegurou R$ 500 mil junto ao Ministério do Esporte para assegurar a ida de estudantes para competições escolares no Nordeste.
O que afirma a FCA sobre o suposto boicote aos Parajasc
Em nota, a FCA declarou que apenas três profissionais de arbitragem de dispuseram a trabalhar nos Parajasc nas condições atuais, o que inviabilizaria a competição. Leia na íntegra:
Recentemente estivemos reunidos com o comando da FESPORTE e reiteramos a necessidade de ajustes na forma de remuneração, pagamento de deslocamento e alimentação, e novamente não fomos atendidos. Infelizmente após consultarmos nossos árbitros, apenas três deles se dispuseram a atuar na etapa estadual do Parajasc em Blumenau e por tal motivo comunicamos formalmente a FESPORTE que não havia equipe de arbitragem a ser indicada pela FCA .
Federação Catarinense de Atletismo
Em outra situação dentro dos Parajasc, a Fesporte cancelou as competições de bocha. Isso porque os atletas estão em uma competição internacional.
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