Por que o maior escândalo de corrupção nas prefeituras de SC ainda não acabou?
Até hoje, Gaeco e Geac efetuaram as prisões de 16 prefeitos, 1 vice e um vereador, além de dezenas de empresários e funcionários
• Atualizado
Iniciada no dia 6 de dezembro de 2022, quando foram efetuadas as primeiras prisões e emitidos os primeiros mandados de busca e apreensão, a Operação Mensageiro, liderada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Grupo Especial Anticorrupção (Geac) consiste na maior ação contra grupos criminosos que agem em prefeituras, notadamente no setor de coleta de lixo.
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Centrado em denúncias que levaram há meses de investigações e acompanhamento de assessores e mandatários que aceitaram o assédio financeiro de empresários do setor, o conjunto de provas atingiu 16 prefeitos, um vice e um vereador e dezenas de empresários e seu funcionários, todos presos. Nesta terça-feira (19), a Mensageiro chegou à sexta fase, sem perspectiva de terminar, com três prisões de empresários e busca e apreensão em 11 municípios.
O evidente conluio entre Poder Público e iniciativa privada, revelou pelas mãos de forças-tarefas compostas pelo Ministério Público, polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, além da Polícia Científica, um escândalo sem igual nas prefeituras de Santa Catarina.
Recentemente, perguntada pela coluna sobre o porquê dos crimes relacionados à corrupção com o dinheiro público não tiveram fim no Estado, a procuradora-geral de Justiça Vanessa Cavallazzi declarou que os gestores público sabem que existe a fiscalização, o controle, que o Ministério Público continuará sempre olhando o que se faz como dinheiro público, e devem esperar este rigor sempre.
Números impressionantes mudaram carreiras políticas
Ao todo, 10 prefeitos e um vice presos renunciaram ao cargo por conta das investigações da Operação Mensageiro, o que demonstra a efetividade da ação.
Em outros três casos, houve a extinção dos mandatos e somente três mandatários completaram o mandato.
Foi a maior tarrafada contra o crime organizado, que atuava em prefeituras catarinenses de quase todas as regiões e partidos políticos.
O quadro a seguir mostra o que ocorreu em termos práticos:
Prefeito | Município | Partido | Situação |
Luiz Henrique Saliba | Papanduva | PP | Mandato extinto |
Deyvison Souza | Pescaria Brava | MDB | Renunciou |
Vicente Corrêa Costa | Capivari de Baixo | PL | Renunciou |
Marlon Neuber | Itapoá | PL | Renunciou |
Joares Ponticelli | Tubarão | PP | Renunciou |
Caio Tokarski (vice-prefeito) | Tubarão | União Brasil | Renunciou |
Antônio Ceron | Lages | PSD | Concluiu |
Antônio Rodrigues | Balneário Barra do Sul | PP | Mandato extinto |
Luiz Carlos Tamanini | Corupá | MDB | Renunciou |
Luiz Divonsir Shimoguiri | Três Barras | PSD | Renunciou |
Luis Antonio Chiodini | Guaramirim | PP | Renunciou |
Adriano Poffo | Ibirama | MDB | |
Patrick Corrêa | Imaruí | Republicanos | |
Sesar Tassi | Massaranduba | MDB | Renunciou |
Adilson Lisczkovski | Major Vieira | Patriota | Mandato extinto |
Alfredo Cezar Dreher | Bela Vista do Toldo | Podemos | Renunciou |
Felipe Voigt | Schroeder | MDB | Renunciou |
*Lista apurada a partir da Operação Mensageiro do Gaeco e Gaec e de dados do TRE/SC
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