Por que a promessa de Bolsonaro sobre o resultado das eleições é importante
Presidente que concorre à reeleição manteve as posições mais polêmicas e defendeu a política econômica de seu governo
• Atualizado
A declaração do candidato Jair Bolsonaro (PL) de que respeitará o resultado das eleições de outubro, retirada depois de muita insistência, foi o ponto alto da entrevista concedida ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta segunda (22), embora venha acompanhada do complemento “se forem limpas e transparentes”.
O fato é relevante e surpreende o eleitor mais conservador do presidente, acostumado a espalhar uma versão contraditória quando o assunto é o sistema eletrônico de votação.
Bolsonaro estava mais polido, esforçou-se para separar uma audiência em horário nobre na TV aberta da quase “várzea” que são as lives com insultos e até palavrões, apresentadas semanalmente, enquanto os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos adotaram o mesmo tom inquisitório de um julgamento que abusaram nas eleições de 2014 e 2018.
Portanto, estabeleceu-se um empate técnico: o presidente no ataque e os escalados pela emissora com as mesmas críticas diárias, o que acentua que Bolsonaro venceu na visão de seus seguidores e de que foi mantido nas cordas para seus críticos e adversários, os mesmos que sabem que não terão motivos para comemorar quando chegar a vez de seu candidato preferido.
Bolsonaro estava mais contido, com argumentação acima da média, muito ruborizado no rosto a cada close, mas visivelmente foi bem treinado, tanto que devolveu a provocação e afirmou que Bonner o incentivava “a ser ditador” ao ser questionado pela relação que tem com os partidos do chamado Centrão, no Congresso, pela governabilidade.
Panelaço e manutenção das mesmas afirmações
O início da entrevista foi marcado por panelaços em alguns bairros da Grande Florianópolis e em outras capitais.
É fato que Bolsonaro rebateu pontualmente questões sobre o desmatamento da Amazônia, o sistema eletrônico de votações e da pandemia, autoelogiou a estratégia para a economia e programas sociais ao contextualizar que as dificuldades mundiais, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, foram agravadas em um quadro que já não era bom, ao mesmo tempo em que buscou abreviar as questões mais polêmicas,
Confrontado sobre o tema corrupção, preferiu reafirmar que está imune em seu governo e dizer que, no caso do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, soube depois da relação com pastores evangélicos e viu que o comandado não servia para a função, além de se manter na defensiva em temas como as fake news.
Depois da longa entrevista, nas redes sociais, voltou ao ritmo de sempre quando se dirige aos que não precisa mais convencer e debochou da atuação de Bonner, por vezes, é bem verdade, exagerada.
Simone Tebet será acompanhada por partidários ilustres em SC
Nas pouco mais de sete horas que ficará em Santa Catarina, nesta terça (23), a candidata à Presidência pelo MDB Simone Tebet estará cercada de emedebistas locais, entre eles o presidente em exercício Edinho Bez, segundo suplente ao Senado e os candidatos a vice-governador Udo Döhler, a senador Celso Maldaner e a deputado federal Carlos Chiodini.
Receberá um apoio e tanto neste momento, na passagem por Joinville e Itajaí, mas terá que torcer para quando a eleição chegar, embora tenha o discurso contra a polarização entre Lula e Bolsonaro.
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