Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Eleições 2024

Por que a aliança entre Dário e Gean incomoda os adversários e até os aliados

Construção de PSDB, Cidadania, União Brasil e PDT virou mais do que fato novo na campanha

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O pré-candidato Dário Berger (PSDB) e o presidente municipal do União Brasil, Gean Loureiro, passearam pelo Centro de Florianópolis na quarta-feira (17) e divulgaram fotos junto com a virtual pré-candidata a vice na chapa, a psicóloga Maria Claudia Goulart. O assunto não é bem digerido pelos três vereadores do União na Câmara, que têm cargos na administração de Topázio Neto (PSD), e preferem seguir o candidato à reeleição, ou pelos três deputados estaduais da sigla, que erguem a voz e falam até em destituição de Gean do comando municipal da legenda.

Tanta reação se deve ao fato de que Dário e Gean significam bem mais do que um fato novo na corrida à prefeitura da Capital. São dois ex-prefeitos, que foram aliados históricos e têm muitas obras e realizações para mostrar ao eleitor nos combinados 14 anos que administraram Florianópolis.

O reatar da velha aliança, pois quando Dário era prefeito, Gean estava na Câmara de Vereadores ou foi secretário, inclusive com a troca coordenada de partido entre ambos, do PSDB para o MDB à época, preocupa a forte aliança desenhada por Topázio. Mesmo que o prefeito do PSD tenha ao seu lado MDB, PL, Republicanos, Podemos e Novo, não consegue apagar os feitos de ambos, que passaram a ser narrados nas redes sociais, que vão de inúmeras ruas abertas e pavimentadas à construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Postos de Saúde ou escolas e creches, fatos que dependerão do reavivar da memória, não muito privilegiada do eleitor.

Topázio também não poderá usar ostensivamente o fator Ed Pereira, ex-vereador e secretário de Gean e do atual prefeito, preso preventivamente na Penitenciária Estadual de Florianópolis por acusações de desvio de dinheiro público e instalação de uma organização criminosa na prefeitura, na Opertação Presságio, segundo a Polícia Civil. Afinal, Topázio poderia apontar para Gean, de quem foi vice, mas Ed foi seu secretário de Turismo e só deixou o cargo por determinação do Judiciário. A saia justa é de ambos.

Turma que apoia Topázio já entrou em campo

A pressão de vereadores e de deputados estaduais do União Brasil tem o patrocínio de gente graduada que apoia Topázio, tanto dentro do PSD quanto do PL. Tudo porque a construção Dário e Gean pode dar frutos em 2026, o que não interessa nem aos pessedistas de Eron Giordani, Julio Garcia e João Rodrigues, tampouco ao governador Jorginho Mello, presidente estadual do PL, que costura em Florianópolis uma perspectiva de furar o bloqueio aparente do PSD à reeleição.

Por todos os motivos políticos e eleitorais, tentar abater em pleno voo o acordado entre Dário e Gean, às vésperas da convenção marcada para sábado (20), estrategicamente no primeiro dia do calendário eleitoral, é ponto de honra para quem quer Topázio reeleito ou aposta no desgaste da relação entre os “três prefeitos” para abrir uma porta para Pedro Silvestre, o Pedrão (PP), ou Marquito (PSOL) e Lela (PT).

A aliança entre PSDB, Cidadania, União Brasil e PDT, que tem o ex-vereador Tiago Silva à frente, é mais do que um fato novo em Florianópolis, tornou-se um bode na sala capaz de atrapalhar planos a curto e a longo prazo, o que dará inevitável visibilidade à manobra junto ao eleitor, que ainda sabe que Topázio é o favorito.

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