Para Jorginho, Salvaro ofende o Judiciário e o MP ao fazer ilação política sobre prisão
Governador declarou que se entristece com a posição do prefeito
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O governador Jorginho Mello (PL) declarou que o prefeito Clésio Salvaro (PSD), de Criciúma, ofende o Poder Judiciário (Tribunal de Justiça) e o Ministério Público de Santa Catarina ao fazer ilações sobre influência política na prisão do mandatário ocorrida, na manhã desta terça-feira (3), na Operação Caronte, do Gaeco e do Geac. Jorginho falou com os jornalistas na coletiva que marcou a chegada do primeiro voo da Transportes Aéreos Portugueses (TAP Air Portugal) vindo direto de Lisboa para Florianópolis, no fim da tarde desta terça-feira, no Aeroporto Internacional Hercílio Luz. Disse também que se entristecia pelo fato e pela reação do prefeito, mas que, se ele deve, terá que pagar, como terá direito a se defender das denúncias.
Pela manhã, Clésio Salvaro divulgou um vídeo em que dizia que “a má política, aquela que fere” o levou à prisão e sugeriu que Jorginho Mello, a quem enviou uma mensagem na véspera, era o responsável pelo ato que considerava eleitoral para que a ação do Gaeco fosse efetivada.
A desembargadora Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer, que determinou a prisão do prefeito, a pedido do Ministério Público, considerou que, como teve acesso às informações antes da primeira fase da Operação Caronte, Salvaro representava risco de coação de testemunhas e poderia interferir em provas da investigação, que mira na instalação de uma central funerária em Criciúma.
Segundo o Gaeco (Crime Organizado) e o Geac (Corrupção), foi feita a partir da mudança de critérios de licitação, que beneficiaram dois grupos, que agiram como uma organização criminosa em conluio que reuniu servidores públicos, um suplente de vereador e empresários em Criciúma, São José e Jaraguá do Sul. Também nesta terça-feira, o vice-prefeito Ricardo Fabris (MDB) assumiu interinamente a prefeitura, já que não há prazo para a liberação de Salvaro.
Reação dos principais candidatos, a favor e contra Salvaro
No final da tarde desta terça-feira (3), um grupo de apoiadores de Clésio Salvaro fez uma manifestação na na Praça Maria Silva Rodrigues, no Centro da cidade, para dar apoio ao prefeito preso, mas principalmente demonstrar que o grupo seguirá firme na campanha de Vaguinho Espíndola (PSD), candidato apoiado por Clésio. Com cartazes, diziam que “calaram Salvaro; não vão nos calar”.
Os manifestantes alegavam que Salvaro foi preso depois que Vaguinho começou a subir nas pesquisas, mas a investigação sobre as funerárias, tocada pelo Gaeco e pelo Geac, começou há quatro anos e pela Grande Florianópolis. Vaguinho gravou um vídeo para prestar apoio à família de Salvaro. Assista:
À noite, durante o debate do NDMais, Vaguinho fugiu à regra do programa e disse que, pela primeira vez na história de Criciúma, um prefeito político foi preso, e, logo em seguida, o candidato Ricardo Guidi (PL) emendou que “era lamentável”, mas “que é bom garantir que ninguém está acima da Justiça”. Guidi, apoiado pelo governador Jorginho Mello, também se manifestou em vídeo sobre a prisão de Salvaro.
Para Guidi, o momento é difícil para a cidade e muito triste. A estratégia dos próximos dias de campanha definirá se o candidato do PL usará ostensivamente o fato ou irá com cautela para não vitimizar Salvaro a ponto de transformá-lo em “mártir” da causa do adversário Vaguinho. Assista ao vídeo:
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