Oposição quer abrir “CPI da Propina” depois da prisão de servidor da Floram
Topázio Neto terá que contar com a bancada de apoio para impedir abertura.
• Atualizado
Líder do PSOL na Câmara, o vereador, ex-vice-prefeito e ex-deputado estadual Afrânio Boppré está em busca de oito assinaturas para propor a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o caso de propina revelado com a prisão de um servidor da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), suspeito de impedir a fiscalização e demolição de obras irregulares em troca de dinheiro. Em um ano pré-eleitoral e em função da boa avaliação da gestão do prefeito Topázio Neto (PSD), o caso caiu no colo da oposição, que tentará dar visibilidade ao fato em uma área nevrálgica para a Ilha de Santa Catarina, a ambiental.
A prisão feita na sexta-feira (15) pela Polícia Civil ganhou repercussão nacional no fim de semana, pois envolvia um servidor efetivo de oito anos de carreira e foi revelada pela própria prefeitura, no sábado (16). Topazio reclamou do fato de não ter sido comunicado, embora tenha criado uma comissão anticorrupção com a Polícia Civil, no fim do ano passado. E avisou que outras três pessoas da administração municipal também estão sob investigação, enquanto abriu processo que deve levarà demissão do servidor que aparece no vídeo.
O flagrante (foto) foi entregue à Polícia Civil por um construtor do Sul da Ilha de Santa Catarina, que negocia três parcelas de R$ 35 mil para liberar três obras irregulares, em junho de 2022. O homem fez outras construções irregulares.
O valor discutido no vídeo seria de R$ 105 mil, mas o fiscal da Floram erra o cálculo e diz que o combinado eram R$ 110 mil. O mesmo servidor municipal, que só recebeu R$ 50 mil no flagrante gravado, já foi o alvo de uma operação de busca e apreensão na sua residência, em dezembro do ano passado, porém nenhum procedimento disciplinar foi aberto contra ele, embora, à época, tenha sido afastado do cargo de chefia.
Nas redes sociais, Topazio postou um vídeo onde fala de “foco em decisões” e critica atitudes dos adversários:
Investigação pode ganhar novos elementos
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de um esquema de cobrança de propinas na prefeitura, direcionamento respaldado pelo Ministério Público. A abordagem é combustível para a oposição na Câmara e Afrânio quer sensibilizar inclusive aliados de Topázio de que o ideal é esclarecer outros eventuais deslizes.
Topazio nega qualquer possibilidade de existir uma célula criminosa na administração municipal. Declarou que os 10 mil servidores municipais são pessoas honestas e comprometidas.
“É fundamental que a Câmara Municipal assuma o protagonismo neste momento, com o propósito de apurar o real envolvimento desses agentes públicos e a extensão de seus atos ilegais. Também é importante que o Legislativo sugira ao Executivo mudanças nos processos administrativos e na fiscalização da estrutura urbanística e ambiental da Cidade”, disse Afrânio.
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