Obsessão: Luciano Hang vira personagem no julgamento de Bolsonaro sobre o 7 de Setembro
Para ministros, empresário catarinense é a prova de que o evento caracteriza abuso do poder econômico e político
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O empresário Luciano Hang foi tão citado no julgamento no Tribunal Superior Eleitoral que tornou inelegível, pela segunda vez, Jair Bolsonaro, quanto o ex-presidente, na noite de terça-feira (31). Hang virou o personagem nos votos dos ministros Benedito Gonçalves, relator do processo que analisava abuso do poder econômico, do poder político e conduta indevida, e Alexandre de Moraes, presidente do TSE. O general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e vice na chapa à reeleição do PL, também foi condenado a perder os direitos políticos até 2023.
De acordo com ambos os ministros da corte, a conduta de Bolsonaro, que acabou condenado por ter se utilizado da data cívica para fazer campanha eleitoral à reeleição, foi tão explícita que levou Hang para o palanque, sem que o catarinense fosse autoridade e cuja posição ao lado do então presidente fez com que o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, convidado de honra, fosse afastado, deixado de lado. De fato, o mandatário português que participava das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, aparece nas fotos ao lado esquerdo de Hang, mais longe de Bolsonaro.
A predileção por pegar no pé de Hang fica evidente e não ajuda a Justiça Eleitoral, até porque, em determinado momento, Alexandre de Moraes declarou que Hang, vestido com “o terno verde periquito”, ocupava a posição de militante e eleitor no palanque. Como se sabe, depois das comemorações do 7 de Setembro de 2022, Bolsonaro subiu em um palanque montado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e falou, fez campanha para milhares simpatizantes. Até hoje os bolsonaristas citam o evento como comparativo ao que foi o desfile das comemorações de 2023, esvaziado por causa de Lula, segundo eles.
Assista ao video da manifestação de Alexandre Moraes:
Veja o comentário no SCC Meio-Dia:
Problema do ex-presidente está no TCU
Bolsonaro foi condenado a mais oito anos de inelegibilidade e ao pagamento de R$ 425 mil em multa, mas isso não altera em nada a condenação anterior, em julho, quando perdeu os direitos políticos até 2030, pois não há como juntar as duas decisões do TSE. Só que o motivo da primeira condenação, o encontro com jornalistas internacionais, onde o então presidente se pronunciou contra o sistema eleitoral brasileiro e levantou a hipótese de ser prejudicado no pleito do ano passado, é uma questão que deve incomodar Bolsonaro no Tribunal de Contas da União (TCU).
Na corte administrativa, a investigação contra Bolsonaro é sobre o uso de dinheiro público para montar a tal coletiva para tratar somente de eleições. Se condenado no TCU, Bolsonaro poderá ter aumentada a inelegibilidade, justamente porque a contagem dos oito anos começa na data da sentença homologada e não da última eleição, como ocorre no TSE.
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