O quanto Temer conseguiu aglutinar o MDB de SC

Em fase de transição e em busca de um rumo, a tarefa árdua da direção comandada pelo presidente da sigla, o deputado federal Carlos Chiodini, ganhou um reforço com a passagem do ex-presidente Michel Temer por Florianópolis, que reuniu em torno dele os ex-governadores Eduardo Pinho Moreira e Paulo Afonso, e a senadora Ivete Appel da Silveira, que recebeu homenagens pela memória do ex-governador Luiz Henrique da Silveira. Temer não tem poderes mágicos de, por exemplo, incentivar os herdeiros “do Manda Brasa” a retornarem à trincheiras e esquecerem, no caso catarinense, que não precisam ser essencialmente bolsonaristas para amealharem votos de novos eleitores.

Além do presidente da Assembleia Mauro De Nadal, que lançou a proposta da homenagem, boa parte da bancada estadual, com os deputados Tiago Zilli, Antídio Lunelli, Volnei Weber e Emerson Stein marcou presença entre as atividades de Temer, na palestra da ADVB e na entrega do título de Cidadão Catarinense pela Assembleia. Mas parlamentares de outros partidos, entre eles Delegado Egídio (PTB) e Camilo Martins (Podemos), se juntaram a prefeitos e vereadores emedebistas, incluindo a solidariedade do MDB para com o ex-prefeito Ari Vequi, de Brusque, cassado pelo TSE.

Ex-presidente quer o papel de apaziaguador

Três vezes presidente da Câmara, Temer, que foi constituinte no primeiro mandato, ainda cercou-se de ex-colegas deputados federais, como Ronaldo Benedet, e recebeu o reconhecimento pelas reformas que promoveu: a trabalhista, o teto de gastos e a nova grade curricular do ensino médio. Na véspera das homenagens, o ex-presidente jantou reservadamente com emedebistas catarinenses de maior quilate, capitaneados por Chiodini, sempre acompanhado dos ex-ministros Carlos Marun (Secretaria de Governo da Presidência), Antônio Imbassahy (também da Secretaria de Governo) e o catarinense Vinicius Lummertz (Turismo).

Antes de pensar em 2026, a trilha passará pela disputa do ano que vem, quando o partido tem que defender 98 posições à frente de prefeituras, a hegemonia que o coloca no topo das legendas catarinenses, embora saiba que são quase inevitáveis perdas de maiores colégios eleitorais. O que Chiodini sintetiza tem sua relevância e precisa ser revitalizado sob o ponto de vista histótrico, mais do que nunca em 2024: “Na hora da eleição o partido surpreende!”

Presença de Jorginho na Assembleia chamou a atenção

O governador Jorginho Mello (PL) assinou a lei que concedeu o título de Cidadao Catarinense, durante a solenidade na Assembleia, o que é uma deferência ao ex-presidente da República. Jorginho e temer não foram contemporâneos no Congresso, mas o catarinense foi integrante da base do então chefe do Executivo federal.

Temer agradeceu e se ofereceu para ajudar Santa Catarina, mas ficou tocado mesmo pelo reconhecimento que veio depois dele não ter mais mandato. Enquanto reforça a sua posição de pacificador e conselheiro, ele mantém a defesa de que o caminho para a reforma efetiva política é o semi-presidencialismo, que garante a governabilidade pela maioria no Congresso, o que assegura ser o melhor caminho para o presente.

Vinicius Lummertz de frente com o MDB

Ex-integrate da sigla, quando Vinicius Lummertz fala em MDB, logo lembra que tem um compromisso com os tucanos paulistas, com quem esteve ao lado do então governador João Doria Júnior, de quem foi secretário estadual do Turismo.

Agora, admite que há conversas aqui ou acolá com os emedebistas. Fez o papel de acompanhante de Temer, de quem também foi ministro, mas não resta dúvida de que é um bom cartão de visitas para o partido de Chiodini.

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