Morre o jornalista Paulo da Costa Ramos
Profissional que marcou época em Santa Catarina, também era advogado, fiscal da Fazenda e escritor
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O jornalismo catarinense e muito de sua memória de fatos no século 20, perderam, nesta quarta-feira (6), o jornalista Paulo da Costa Ramos, aos 83 anos.
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Ele também era advogado e fiscal da Fazenda Estadual concursado.
Exerceu o ofício no Jornal O Estado, desde os 11 anos, em 1952, quando, segundo ele mesmo, foi para “puxar o saco ” do padre Ernesto, que considerava seu severo professor de latim, no Ginásio Catarinense, e passou a cobrir o campeonato citadino amador de Florianópolis, onde um time de alunos, apoiado pelo clérico, era um dos competidores. O pai de Paulo da Costa Ramos era diretor do jornal.
PCR, como era conhecido, foi autor de cerca de 9 mil crônicas. A última obra foi “Outros tempos” (Neovox, 232 pág.), um livro de crônicas que veio 52 anos após a estreia com “O jóquei da Paz”, que lhe rendeu o Prêmio Jerônimo Coelho de Jornalismo.
O velório será realizado nesta quarta-feira (6), a partir das 17h, no Cemitério Jardim da Paz, em Florianópolis.
Profissional fez passagem pela vida pública
Paulo da Costa Ramos foi assessor dos governadores Celso Ramos, Antônio Carlos Konder Reis e Esperidião Amin.
Também esteve com o senador e ex-governador Jorge Konder Bornhausen, então ministro da Educação do governo de Fernando Collor de Mello (PRN).
Associação Catarinense de Imprensa emite nota de pesar
“A Associação Catarinense de Imprensa (ACI) lamenta profundamente o falecimento, em Florianópolis, do jornalista Paulo da Costa Ramos, aos 83 anos. Ele foi vítima de um infarto, enquanto lia o jornal no sofá da sua residência, na manhã desta quarta-feira, 6.
Conhecido como PCR, foi um dos cronistas mais destacados do Estado, com uma trajetória profissional de mais de sete décadas.
Sua primeira resenha foi publicada no jornal “O Estado”, em 1952, quando ele tinha apenas 11 anos. Ao longo da carreira, escreveu cerca de 9 mil crônicas, principalmente “no mais antigo”, que era dirigido pelo pai Rubens de Arruda Ramos.
Com vasta experiência na política catarinense, foi assessor dos governadores Celso Ramos, Antônio Carlos Konder Reis e Esperidião Amin.
Irmão do também jornalista Sérgio da Costa Ramos, seu último trabalho foi em 2024, com o lançamento do segundo livro de crônicas, “Outros tempos” , cinco décadas após escrever “O jóquei da paz”, que lhe rendeu o Prêmio Jerônimo Coelho de Jornalismo.
Suas crônicas sempre tiveram um elegante toque de bom-humor. “PCR falava de viagens (foi dono de uma agência que levou catarinenses a países de todos os continentes, a quem acompanhava), de música (uma grande paixão), de futebol (como fanático torcedor do Flamengo), de cinema, dos bons restaurantes que frequentou, de perrengues no exterior, de Jornalismo e Literatura – e de uma Florianópolis que não existe mais”, escreveu o jornalista Paulo Clóvis Schmitz, numa reportagem para o Portal ND, em 2024.
Num dos textos mais saborosos do livro, segundo Schmitz, PCR contou como foi parar nos funerais de Maria Callas, a grande diva do canto lírico, em Paris, onde topou com ninguém menos que o primeiro-ministro francês François Mitterrand, Grace de Mônaco e o ator Alain Delon.
DIRETORIA E CONSELHO SUPERIOR DA ACI”
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