Moisés diz que corte do Bolsa Estudante é uma crueldade
Ex-governador defende o programa para pessoas mais pobres
• Atualizado
Para o ex-governador Carlos Moisés (Republicanos), o corte de 60 mil para apenas 10 mil vagas da Bolsa Estudante do Ensino Médio é “uma crueldade com o aluno carente”.
A declaração foi feita ao jornalista Matheus Aguiar, da Cidade FM, de Tubarão, na última quinta (30).
Moisés defendeu o programa e disse que foi construído com base em um estudo de técnicos da Secretaria da Educação para corrigir a grande evasão do Ensino Médio da rede pública estadual, que coloca o Estado em 24º lugar no país em termos de frequência.
“É um programa de Estado não de governo A, B ou C”, alertou Moisés.
Argumento é a diminuição na adesão
O programa sofreu um corte de 83% pelo governo de Jorginho Mello (PL), depois que para as 60 mil bolsas, 57 mil alunos se inscreveram e apenas 20 mil concluíram o ano letivo de 2022, na implantação da Bolsa.
Foi este um dos argumentos que o secretário Aristides Cimadon utilizou para relatar que com 10 mil bolsas agora o governo fará uma reavaliação do programa, já que o custo com alimentação e transporte subiu de R$ 400 milhões para R$ 600 milhões, fator que inviabilizaria as 60 mil vagas.
Para ter acesso ao Bolsa Estudante, receber R$ 568 por mês em 11 parcelas (cerca de R$ 6.250 por ano), o aluno do Ensino Médio ou do Ensino para Jovens e Adultos (EJA) tem que garantir 75% de presença mensalmente, ter uma conta bancária em nome dele (se for maior de idade) ou do pai ou da mãe ou do responsável legal e ter a família cadastrada no CadÚnico do governo federal, que confirma a condição de vulnerabilidade social.
Moisés fez relatos de estudantes beneficiados pelo programa que conseguiram pagar o aluguel para a família, ajudar na alimentação, ter transporte e não abandonaram a escola, fato que acredita deverá estar comprometido com a diminuição para 10 mil vagas.
Contrassenso sobre o Universidade Gratuita
Para Moisés, tão importante quanto a formação superior, o Bolsa Estudante é um dos caminhos para garantir a melhoria da qualidade de vida de pessoas mais pobres, o que pavimenta o salto do Ensino Médio para a faculdade.
Lembrou que o UniEdu, programa do Estado, executado pela Secretaria de Estado da Educação (SED), que agrega diferentes programas de bolsa fundamentados pelos Artigos 170 e 171 da Constituição Estadual, para atendimento a estudantes da educação superior, tinha orçamento de R$ 600 milhões, em 2022, e que tanto Acafe quanto as universidades privadas utilizaram só R$ 450 milhões.
Por isso, acredita que o Universidade Gratuita já tem um antecessor de sucesso, mas vê contrassenso no corte do Bolsa Estudante.
“Quando excluímos, estamos dizendo que nem todos devem ter direito ao ensino. Se não investirmos em educação, não mudaremos o mundo nem a política”, concluiu.
Confira o comentário político:
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