Moisés diz acreditar em Marcos Pereira e não crê em mudança no Republicanos em SC
Articulação prevê que o deputado Jorge Goetten assumiria a sigla no Estado
• Atualizado
O ex-governador Carlos Moisés, presidente estadual do Republicanos, afirmou que não crê em mudanças no partido em Santa Catarina, fruto de um suposto acordo entre o presidente nacional, deputado Marcos Pereira (SP), e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto.
A alteração que teria sido costurada pelo governador Jorginho Mello, presidente estadual do PL, pretende mudar o comando do Republicanos no Estado com a ida do deputado federal Jorge Goetten (PL) para a sigla, o que representaria, na prática, a destituição de Moisés.
O ex-governador declarou à coluna que “mantemos a fé na palavra do nosso presidente Marcos Pereira”, ao reforçar que não acredita que a mudança possa ocorrer. Moisés tem trabalhado forte para a organização do Republicanos no Estado e assegura que, “muitos projetos locais, de fato, não coincidem com o projeto do PL”. Se Moisés for rifado, o ato traria desconfortos a quatros meses das eleições municipais.
A assessoria do deputado Goetten, considerado muito independente por alguns conservadores, o que favorecia a mudança de ares, informou que Jorginho, que está em Brasília, nesta quarta-feira (5), deve se encontrar com o parlamentar e que a conversa sobre o Republicanos poderá estar na pauta, mas que não há nada definido. Sobre a ida do deputado para a sigla, a especulação possui ainda a parceria com o irmão do governador, Juca Mello. Outro ponto é que Valdemar não pediria a perda do mandato do parlamentar catarinense por concordar com a operação de troca de sigla.
Caso feche o tal acordo, haverá prejuízo imediato a algumas alianças costuradas pela liderança de Moisés, como no caso das campanhas à reeleição de Adriano Silva (Novo), em Joinville, e Orvino Coelho de Ávila (PSD), em São José, dois dos quatros maiores colégios eleitorais, onde o PL terá candidato. Porém, não haverá prejuízo onde Jorginho fechou alianças, como com Carmen Zanotto (Cidadania), em Lages, e Topázio Neto (PSD), em Florianópolis.
Dois coelhos com uma cajadada só
Caso Jorginho materialize o avanço sobre o Republicanos, que ficaria sob sua aba, o governador faz uma jogada de alto padrão de olho em 2026. Tiraria a possibilidade ter um adversário forte como Moisés no caminho, mesmo que não seja para a disputa ao governo, quem sabe ao Senado, filiado a um partido que se intitula hoje como “o mais conservador do país”. Além de dar o troco no adversário com quem teve fortes atritos na campanha de 2022.
O Republicanos seria uma ponta solta na extrema-direita, capaz de amealhar apoios no Estado por ser, por exemplo, o partido do governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo – nome lembrado para disputar a Presidência da República, no lugar de Jair Bolsonaro (PL), ainda inelegível -, e da senadora Damares Alves, do Distrito Federal, com grande número de simpatizantes e apoiadores em Santa Catarina. Resta saber qual seria o tamanho da repercussão, pois, em política, o tamanho da ação forçada é ,via de regra, avaliada como truculência, movimentação capaz de gerar anticorpos e desfatos.
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