MDB venceu o maior número de capitais e o PSD o de prefeituras
Lula e Bolsonaro amargaram os piores desempenhos no segundo turno nas 51 cidades
• Atualizado
O MDB conquistou as três capitais onde concorreu, São Paulo, Porto Alegre e Belém, mas não foi a sigla que mais venceu em cidades no segundo turno: ao todo sete entre as 51 onde ocorreram disputas. É uma vitória significativa porque a sigla concorria em apenas 10 cidades nesta etapa da eleição.
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Se comparado ao PL, que disputava o maior número de prefeituras, 23, e ficou apenas com seis comandos, dois deles nas capitais Cuiabá e Aracaju, os emedebistas, que já tiveram o maior número de prefeituras no país, cresceram significativamente, pois se juntam às 865 conquistadas do primeiro turno.
Não o suficiente para suplantar o PSD, que havia garantido a liderança em 888 cidades e fez mais nove das 10 onde concorria.
O PT, que disputava em 13 cidades, ficou com apenas quatro prefeituras, e somente em uma Capital: Fortaleza.
Fez menos prefeituras do que o União Brasil, com seis, incluindo duas capitais (Natal, no Rio Grande do Norte; e Goiânia, em Goiás); o Podemos, que garantiu cinco, sendo duas capitais (Palmas, em Tocantins; e Porto Velho, em Rondônia); o PP, que fez quatro, duas capitais (Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; e João Pessoa, na Paraíba); e só ficou na frente do Republicanos que assegurou três, o Avante com uma (Manaus, no Amazonas) e o Novo também com uma (Taubaté, em São Paulo).
Uma polarização diferente foi consolidada
O aguardado embate entre PL, leia-se Jair Bolsonaro, e PT, leia-se Luiz Inácio Lula da Silva, não teve o efeito esperado. Se cada partido teve apenas uma vitória contra o outro nas capitais, em outras disputas diretas entre as duas siglas também houve divisão: o PL emplacou em Anápolis (Goiás) e o PT Pelotas (Rio Grande do Sul).
Mas um dado consolida a rivalidade que cresce entre PL e PSD. O partido de Bolsonaro e Jorginho Mello não venceu nenhuma disputa direta contra o PSD, de Gilberto Kassab, João Rodrigues, Topázio Neto, Orvino de Ávila, Juliana Pavan e Vaguinho Espíndola. Perdeu em Belo Horizonte, São José dos Campos e Caucaia (Ceará).
Ao enfrentar o MDB, nova derrota do PL: Belém (Pará), Santarém (Pará) e Franca (São Paulo). O partido de Bolsonaro só virou o jogo contra os emedebistas em São José do Rio Preto (São Paulo).
Derrotas de Lula e Bolsonaro foram marcantes
Uma das grandes apostas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Guilherme Boulos não conseguiu quebrar a barreira do favoritismo de Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, na capital paulista, tanto que o líder do PT nem foi votar em função da recuperação depois de uma queda com contusão na cabeça em um banheiro. O enfraquecimento político dos petistas e de Lula é progressivo desde o primeiro turno.
Bolsonaro até poderia comemorar, mas não deve em grande escala, pois deixou Nunes de lado na maior parte da campanha, que tem um vice do PL, coronel Mello Araujo, e ouviu, no discurso da vitória, neste domingo (27), o prefeito reeleito fazer os maiores elogios ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos): “um amigo e irmão que me deu apoio nos momentos mais difíceis”. Tarcísio mostrou força e liderança, cada vez mais cotado para disputar o Planalto em 2026.
Bolsonaro também amargou dois revezes em Minas Gerais e no Paraná. Em Belo Horizonte, apoiou Bruno Engler (PL) ao lado do governador Romeu Zema (Novo) e viu o prefeito Fuad Noman (PSD) se reeleger, em um cenário que se enquadrava na campanha do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que insiste na retórica de que conservador e bolsonarista não vota em pessedista por estarem com Lula. Nikolas é outro derrotado.
Já em terras paranaenses, o movimento foi muito mais arriscado, pois o ex-presidente da República foi contra um aliado histórico, o governador Ratinho Júnior (PSD), ao esquecer Eduardo Pimentel (PSD), vice do prefeito Rafael Greca por dois mandatos.
Bolsonaro ouviu os setores mais conservadores para apoiar a jornalista Cristina Graeml (PMB), uma das vozes mais ruidosas na imprensa do espólio da chamada “República de Curitiba”. Pimentel levou a força do também conservador Ratinho Júnior e de Greca para a vitória com 57,64% dos votos válidos.
Veja os resultados no 2° turno:
Palmas (TO): Eduardo Siqueira (Podemos) venceu Janad Valcari (PL) *
Manaus (AM): David Almeida (Avante) venceu capitão Alberto Neto (PL)
Camaçari (BA): Luiz Carlos Caetano (PT) venceu Flávio Reis (União)
Fortaleza (CE): Evandro Leitão (PT) venceu André Fernandes (PL) *
Caucaia (CE): Naumi Amorim (PSD) venceu Waldemir Catanho (PT)
Serra (ES): Weverson Meireles (PDT) venceu Pablo Muribeca (Republicanos)
Goiânia (GO): Sandro Mabel (União) venceu Fred Rodrigues (PL) *
Aparecida de Goiânia (GO): Leandro Vilela (MDB) venceu Alcides Ribeiro (PL)
Anápolis (GO): Marcio Correa (PL) venceu Antonio Gomide (PT)
Imperatriz (MA): Rildo Amaral (PP) venceu Mariana Carvalho (Republicanos)
Cuiabá (MT): Abilio Moumer (PL) venceu Lúdio Cabral (PT)
Campo Grande (MS): Adriane Lopes (PP) venceu Rosiane Modesto (União)
Belo Horizonte (MG): Fuad Noman (PSD) venceu Bruno Engler (PL) *
Uberaba (MG): Elisa Araújo (PSD) venceu Tony Carlos (MDB)
Belém (PA): Igor Normando (MDB) venceu Delegado Eder Mauro (PL)
Santarém (PA): Zé Maria Tapajós (MDB) venceu JK do Povão (PL)
João Pessoa (PB): Cicero Lucena (PP) venceu Marcelo Queiroga (PL)
Campina Grande (PB): Bruno Cunha Lima (União) venceu Dr. Jhony (PSB)
Ponta Grossa (PR): Elizabeth Schmidt (União) venceu Mabel Canto (PSDB)
Curitiba (PR): Eduardo Pimentel (PSD) venceu Cristina Graeml (PMB)
Londrina (PR): Tiago Amaral (PSD) venceu Maria Tereza (PP)
Olinda (PE): Mirella de Almeida (PSD) venceu Vinicius Castello (PT) *
Paulista (PE): Severino Ramos (PSDB) venceu Gilberto Junior Matuto (PSB)
Niterói (RJ): Rodrigo Neves (PDT) venceu Carlos Jordy (PL)
Petrópolis (RJ): Hingo Hammes (PP) venceu Yuri Almeida (PSOL)
Natal (RN): Paulinho Freire (União) venceu Natália Bonavides (PT)
Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB) venceu Maria do Rosário (PT)
Caxias do Sul (RS): Adiló Didomenico (PSDB) venceu Mauricio Scalco (PL) *
Canoas (RS): Airton Souza (PL) venceu Jairo Jorge (PSD)
Pelotas (RS): Fernando Marroni (PT) venceu Marciano Perondi (PL)
Santa Maria (RS): Rodrigo Decimo (PSDB) venceu Valdeci Oliveira (PT) *
Porto Velho (RO): Leonardo de Moraes (Podemos) venceu Mariana Carvalho (União) *
São Paulo (SP): Ricardo Nunes (MDB) venceu Guilherme Boulos (PSOL)
Guarulhos (SP): Lucas Sanches (PL) venceu Elói Pietá (SD)
São Bernardo do Campo (SP): Marcelo Lima (Podemos) venceu Alex Manente (Cidadania)
São José dos Campos (SP): Anderson Ferreira (PSD) venceu Eduardo Cury (PL)
Ribeirão Preto (SP): Ricardo Silva (PSD) venceu Marco Aurelio (NOVO)
Santos (SP): Rogério Santos (Republicanos) venceu Rosana Valle (PL)
São José do Rio Preto (SP): Cel. Fabio Candido (PL) venceu Itamar Borges (MDB)
Diadema (SP): Taka Yamauchi (MDB) venceu José de Filippi (PT)
Jundiaí (SP): Gustavo Martinelli (União), anulado sub judice, venceu José Parimoschi (PL) *
Mauá (SP): Marcelo Oliveira (PT) venceu Atila Jacomussi (União), anulado sub judice
Piracicaba (SP): Helinho Zanatta (PSD) venceu Barjas Negri (PSDB) *
Barueri (SP): Beto Piteri (Republicanos) venceu Gil Arantes (União)
Franca (SP): Alexandre Ferreira (MDB) venceu João Rocha (PL)
Taubaté (SP): Sergio Victor (NOVO) venceu Ortiz Junior (Republicano) *
Guarujá (SP): Farid Madi (Podemos) venceu Rapahel Vitello (PP)
Limeira (SP): Murilo Félix (Podemos) venceu Betinho Neves (MDB) *
Taboão da Serra (SP): Engenheiro Daniel Bogalho (União) venceu Aprigio da Silva (Podemos)
Sumaré (SP): Henrique do Paraíso (Republicanos) venceu Willian Souza (PT)
Aracaju (SE): Emilia Correa (PL) venceu Luiz Roberto (PDT)
(*) Cidades onde houve virada: o vencedor no primeiro turno perdeu a eleição.
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