Maduro no Brasil é um erro histórico de Lula

Pergunte a qualquer venezuelano que deixou o país vizinho para não morrer de fome ou para não ser perseguido por um regime que nada tem de democrático e a resposta será a personalização de todos os temores em uma figura execrável chamada de Nicolás Maduro, um ditador de quinta, um criminoso se olharmos tão somente a consequência de seu ímpeto de combate aos seus opositores.

Esta inegável criação de mau gosto da história geopolítica da América Latina, comparável aos mais inadimissíveis estereótipos de “comandante de repúblicas de banana”, é recebido, em um erro histórico, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília, quando deveria dispensar o tratamento de distanciamento restrito ao ambiente diplomático.

Não há, sob qualquer argumento, como tolerar esta presença indigna, disfarçada em uma abertura além do lógico, em nome uma retomada de relação plena.

O que mais preocupa é que Lula volta a criticar os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial brasileiro e o primeiro político no continente, fato que se repete em menos de um mês, depois do giro pela Europa, agora pelo embargo promovido contra a Venezuela.

Uma visita que não tem propósito lógico

Maduro nada tem a acrescentar ao Brasil, tampouco usar como argumento que ele tomará assento ao lado de outros 11 chefes sul-americanos em uma reunião com Lula. O presidente brasileiro só dá munição para seus adversários, que sempre alertaram sobre os amigos perigosos de Lula: Maduro e Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, que, há muito, passou do plausível para a retaliação contra se opõe ao seu governo.

Ninguém quer Maduro, pois até Lula registrou na visita, que ainda não terminou, que “sabemos das dificuldades que nós temos, sabemos da dívida da Venezuela e sabemos que tudo isso faz parte e vai fazer parte de um acordo para que a nossa integração seja plena”. Se for para ter o dinheiro de volta, manda um cobrador.

Lula perde na batalha do discurso, ainda mais quando Maduro se posiciona para entrar nos Brics, grupo econômico que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e olha que conta com a simpatia de chineses e russos neste contexto.

Não se trata de direita ou esquerda, vamos sonhar com a Venezuela integrada sem Maduro, isso quando ele não estiver mais no poder, bem longe daqui.

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