Lula funcionou como cabo eleitoral para Décio e Dário
Evento em Florianópolis atraiu militantes e apoiadores de todo o Estado
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Pouco importa a grande distorção sobre o real número de participantes do ato pró-Lula, na Praça Tancredo Neves, no Centro de Florianópolis – 45 mil pessoas, de acordo com os organizadores-, era muita gente, vinda de várias regiões o Estado, que assistiram ao candidato à Presidência no papel de cabo eleitoral de Décio Lima (PT), ao governo, e Dário Berger (PSB), ao Senado, bem como a candidatos a deputado estadual e federal.
Também são pouco relevantes as vaias recebidas por Dário quando discursou, além dos gritos de traidor por ter votado pelo impeachment de Dilma Rousseff, já que a ex-presidente o citou quando tomou a palavra e porque Lula pediu o voto ao candidato à reeleição, mesmo que, por vezes, o tenha chamado de Darío diante de uma multidão já sem reação, anestesiada pelo discurso carregado de ataques a Jair Bolsonaro (PL).
A função do petista resiliente foi catapultar os candidatos locais, incluindo a vice de Décio, Bia Vargas (PSB), dentro da lógica de que o sucesso deles nas urnas terá repercussão na corrida presidencial em um Estado de forte predominância bolsonarista, mas onde cada voto pode ajudar no projeto de voto útil e ter impacto na estratégia da esquerda de tentar vencer em primeiro turno.
O candidato do PT ao Planalto trabalhou para quebrar a máxima difundida pela direita de que não teria vida fácil quando estivesse no Sul do país ao lotar os comícios em Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis, uma provocação a Bolsonaro, que dificilmente virá ao Estado no primeiro turno.
“Estranho” no backstage chamaria muito mais a atenção do público
Se há críticas da militância pela posição de destaque de Dário na chapa majoritária da Frente Democrática, já que muitos preferiam o vereador Afrânio Boppré (PSOL), agora candidato avulso ao Senado que apoia Lula, o que diria boa parte da massa presente, principalmente e vinda do Oeste, se visse em destaque a figura do ex-deputado Gelson Merisio (Solidariedade), que coordena a campanha de Décio.
Merisio não parou um segundo no backstage ou bastidores como queiram, chegou a ser registrado rapidamente pelas câmeras na transmissão do evento ao vivo pelas redes sociais, estava tão ativo quanto o ex-senador Aloízio Mercadante, responsável pelo plano de governo de Lula.
Há quatro anos, em uma situação muito mais delicada do que a do ex-tucano Geraldo Alckmin, hoje o vice de Lula no PSB, Merisio apoiava Bolsonaro quando disputou o governo, fato que o levou para o segundo turno, além de ter passado, depois, pelo PSDB.
Deferência à companheira de outras campanhas
Entre todos os presentes que não se manifestaram na Praça Tancredo Neves, uma recebeu especial deferência de Lula, a ex-deputada federal Luci Choinacki (PT), que um dia foi a única mulher constituinte, na Assembleia, do outro lado da rua, em 1889.
O candidato à Presidência se referiu a Luci, ao olhar para o canto esquerdo do palco que virou palanque, e lembrou do sotaque quando ela dizia que era trabalhadora rural, com aquele “ére” do interior, o que ele qualificou de uma “pérola” e desejou sucesso na disputa a deputada estadual.
Igualmente nos bastidores, sem qualquer citação, estava o ex-governador Paulo Afonso Vieira (MDB).
Nas redes sociais, Afrânio reclamou que foi impedido e subir no palanque de Lula “por outro candidato”, lamentável para quem apoia o ex-presidente.
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