Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Em ato público

Lula dá passo à frente e para trás: sanciona correção da tabela do IR, mas critica desoneração

Presidente também pediu voto no Dia do Trabalhador, o que é vedado pela lei

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Paulo Pinto/Agência Brasil
Paulo Pinto/Agência Brasil

No mesmo Dia do Trabalhador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu marcar um gol de placa, em ato no Estádio do Corinthians, em Itaquera, bairro de São Paulo, com centrais sindicais e fazer outro contra, durante um ato público.

O avanço foi, finalmente, sancionar o projeto que corrige a tabela do Imposto de Renda, ao aumentar a isenção para quem recebe dois salários mínimos por mês, R$2.824, e afirmar que, até 2026 no fim do mandato, pretende chegar aos que recebem R$ 5 mil por mês. O equívoco de chutar contra a própria meta foi criticar a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia, depois de ter entrado com ação no Supremo Tribunal Federal.

Erros e acertos

Se por um lado Lula começa a entender o impacto da cobrança do IR na vida dos brasileiros, erra ao criticar os maiores empregadores do país, que garantem novos postos de trabalho com a medida, que deveria valer até 2027, e geram a arrecadação de tributos. Em uma avaliação das confederações nacionais da Indústria e do Comércio, a desoneração gera R$ 9 bilhões em arrecadação ao governo federal, o mesmo valor que o Planalto reclama de perder.

O governo que critica a perda com a renúncia fiscal e sustenta que o Congresso nacional não considerou o impacto financeiro no orçamento ao promulgar o decreto legislativo, depois de derrubar os vetos de Lula à matéria, deveria posicionar as baterias em outro campo. Foi a extensão do benefício da desoneração aos municípios com até 150 mil habitantes que provocou o rombo, agora de R$ 18 bilhões, justamente para valer em um ano eleitoral.

Lula bradou pela medida do Imposto de Renda e acrescentou a Reforma Tributária com o a “medida que vai despenalizar a pessoa da classe média. Mas já sobre a desoneração fez um daqueles disparos desnecessários ao afirmar que “não haverá desoneração para favorecer os mais ricos”, o que certamente o fez esquecer de quem gera emprego e paga salários no Dia do Trabalhador.

Ainda durante o ato, em Itaquera, Lula assinou o decreto de promulgação da Convenção e Recomendação sobre o Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos

Pedido de voto a Boulos gera polêmica e críticas

Lula, em São Paulo, quando pediu voto para Guilherme Boulos (PSOL). Paulo Pinto/Agência Brasil

Durante o evento do Dia do Trabalhador, em São Paulo, Lula fez um discurso favorável ao pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, que é apoiado pelo PT. O presidente pediu voto a Boulos, o que pode ser interpretado como propaganda eleitoral antecipada e abuso do poder político.

Lula disse que Boulos concorre contra o maior adversário, sem citar Jair Bolsonaro (PL), e contra a estrutura da prefeitura. E emendou que quem vota em Lula, vota em Boulos.

A oposição já reagiu e o deputado Kim Kataguiri (UNião) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que é apoiado por Bolsonaro, já anunciaram que pretendem entrar na Justiça Eleitoral com uma representação para denunciar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) por propaganda política antecipada.

A ação é vedada por lei, pois o pedido de voto para os candidatos devem ser feitos só após do dia 15 de agosto, quando inicia a campanha oficial pelo calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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