Julio Garcia ou continuar com Mauro De Nadal, as opções à presidência da Assembleia
Próxima gestão será escolhida em fevereiro próximo para a gestão entre 2025 e 2026
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A última troca de presidência na Assembleia desta legislatura ainda está distante, pelo menos no calendário, em fevereiro de 2025, mas as negociações e especulações avançam nos bastidores da casa depois de passadas as eleições municipais. A aposta está, mais uma vez, nas mãos do deputado Julio Garcia (PSD), que já comandou o Legislativo estadual por outras três vezes (2005-2006; 2007-2008 e 2019-2020), dono de habilidade e articulação política, ou na proposta liderada pelo deputado Ivan Naatz (PL), que preconiza uma mudança no regimento para permitir a reeleição de Mauro De Nadal (MDB), que ganhou o respeito dos pares pela maneira como conduz as questões no parlamento.
O assunto remete à batalha entre PL e PSD nas principais cidades do Estado e em nível nacional. Uma campanha liderada, entre outros, pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), prega junto aos bolsonaristas que conservador não deve votar em candidatos pessedistas sob o argumento de que “é o novo inimigo” ou “é um partido de esquerda” por estar alinhado ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Fica meio difícil pôr neste balaio gente de direita assumida e reconhecida como João Rodrigues, Julio Garcia e Clésio Salvaro, só para citar alguns pessedistas. Qualquer articulação para preservar Mauro na presidência da Assembleia terá a disputa entre PL e PSD como pano de fundo, principalmente porque o MDB foi o aliado preferencial do partido comandado pelo governador Jorginho Mello em Santa Catarina, apoiado na popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mauro não quer alimentar a proposta, já disse que não irá se manifestar, evita comentários e afirma que quem tem que falar sobre o assunto é o autor da ideia, ou seja, Naatz. Também não se pode evitar de fazer outra avaliação: mesmo que alterado o regimento da casa, Mauro teria interesse em continuar no cargo? Os mais próximos asseguram que não.
Posição da bancada do PL interessa bastante
Com 12 deputados em plenário, já que Júnior Cardoso (PRD), vice-prefeito de Camboriú, assumirá no lugar do deputado Egídio Ferrari, eleito prefeito de Blumenau, o PL que tem a maior bancada da Assembleia será decisivo na composição à presidência da casa, em fevereiro. Há outra questão na disputa: o grande adversário do governador Jorginho Mello, em 2026, deve ser mesmo o projeto do PSD, que passa por João Rodrigues, reeleito prefeito de Chapecó, o que faz com que o nome de um integrante da sigla à frente do Palácio Barriga Verde poderia não ser palatável para o Centro Administrativo.
Julio Garcia já compôs com a então bancada do PSL bolsonarista, na era Moisés, quando comandou o Legislativo pela última vez, eleito em 2019. Agora, a situação é bem diferente, porém não devemos desprezar a capacidade de costura política do deputado pessedista.
Esta deve ser uma daquelas disputas em que valerá ter 21 deputados como garantia necessária para presidir a casa, acompanhada pelo gesto do postulante de estender a mão para que as outras bancadas participem da mesa diretora. Sempre funcionou e a eleição de uma chapa única, de consenso, foi uma das tantas articulações bem sucedidas de Julio Garcia na suas passagens anteriores pelo parlamento estadual.
Hipótese mais distante envolve Marcos Vieira
Concluída a fase de negociação, há quem entenda que definido o consenso em torno de Julio, o deputado poderia praticar um outro gesto: dividir o período na presidência com o deputado Marcos Vieira (PSDB), que está no quinto mandato, desde que ingressou na Assembleia em 2007. O tucano ficaria o ano derradeiro da atual 20ª legislatura, um reconhecimento a um dos parlamentares que mais entendem do regimento da casa e tem atuação destacada na Comissão de Finanças e Tributação há anos.
Vieira é um dos poucos a ter base no Litoral e no Oeste, simultaneamente, e já anunciou que não deve concorrer à reeleição, em 2026. O tucano, presidente do PSDB no Estado, fala até em disputar o governo, uma forma de reforçar e reabilitar o partido, um dos que mais encolheram em Santa Catarina na eleição municipal. O caminho mais claro será concorrer ao Senado.
Se houver disputa, as especulações indicam que um tercius poderia surgir. Uma deputada, o que apontaria para a mais votada, em 2022, Ana Campagnolo (PL) ou Paulinha da Silva (Podemos). Há especulações para todos os gostos.
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