Jorge Seif nega, mas é citado na ala radical da delação de Mauro Cid
Senador por Santa Catarina aparece entre os que fizeram mais pressão sobre o resultado eleitoral
• Atualizado
O senador Jorge Seif, do PL de Santa Catarina, é citado em um dos depoimentos da delação premiada pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como integrante da “ala mais radical” que defendia um golpe de Estado depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições de 2022.
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Mesmo sob segredo de justiça, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o colunista Elio Gaspari, da Folha de S.Paulo, teve acesso à primeira delação à Polícia Federal onde Cid declara que a equipe do ex-presidente tinha dois planos para supostamente reverter o resultado da eleição presidencial que deu a Lula um terceiro mandato: um deles sobre uma suposta fraude eleitoral, o que não foi constatada pelos investigados.
O outro seria convencer as Forças Armadas a aderirem a um golpe de Estado.
Ao lado de Michelle Bolsonaro
Seif aparece no grupo que teria apoiado maior pressão sobre o resultado eleitoral. Cid subdividiu esta ala em duas frentes: a que apoiaria o discurso de identificar fraude nas eleições, composto pelo major da reserva Angelo Denicoli e o senador Carlos Heinze (PP-RS), e a que “era favorável à criação de um braço armado”, parte da delação em que o tenente-coronel não cita nomes e classifica como “uma doideira”.
Segundo a delação de Cid, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro “conversava constantemente com o ex-presidente, instigando-o a dar um golpe de Estado”.
Aí é que se encaixa Seif, segundo a delação, na ala mais radical, o que o senador por Santa Catarina nega. Nem Michelle, nem Seif foram indiciados pela PF, embora os nomes constem da delação.
Para Seif, na nota que enviou à imprensa, ser “partícipe da ala mais radical que incentiva um suposto golpe é informação falaciosa, absurda e mentirosa”, e acrescenta que “jamais houve abordagem ou insinuação sobre um suposto golpe com o presidente da República, ou com qualquer um dos citados na delação vazada”.
Jorge Seif conclui: “O conteúdo do depoimento ilegalmente vazado é apenas uma opinião de ‘classificação’ que me inclui de forma criminosa como parte de um grupo fictício, e não contém nenhum relato de fato específico sobre participação minha que jamais existiu”.
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