Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Novo governo

Haddad na Fazenda é um balão de ensaio como foi Dilma

Ex-prefeito de São Paulo acumula derrotas políticas pelo PT

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Fernando Haddad se pronunciou pouco antes de embarcar para São Paulo | Foto: divulgação
Fernando Haddad se pronunciou pouco antes de embarcar para São Paulo | Foto: divulgação

Se a intenção do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era provocar enorme dúvida dos brasileiros sobre o futuro da economia no próximo governo, conseguiu sem louvor algum com a indicação do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) para a pasta que volta a ser Fazenda, com o desmembramento de Planejamento, Orçamento e Gestão; Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que formavam a estrutura comandada por Paulo Guedes.

A saga instaurada por Lula repete a fórmula inaugurada com o ex-deputado José Dirceu, na Casa Civil, no primeiro governo, a partir de 2003, que acumulava poder para ser um virtual candidato à Presidência, plano que naufragou quando o “todo-poderoso”, manchado e condenado pela corrupção, perdeu o mandato na Câmara, o cargo no governo e foi preso.

Lula e o PT não desistiram e repetiram a dose com Dilma Rousseff, a mãe do PAC, a grande gestora e um desastre político, apeada do poder por falta de apoio por um argumento duvidoso de “pedaladas fiscais”, no segundo mandato, em meio à Operação Lava Jato, o que abriu as portas para o crescimento da extrema-direita e à ascensão de Jair Bolsonaro (PP, depois PSC, PSL e PL).

Formação sólida, mas derrotas sucessivas nas urnas

Haddad é formado em direito e professor de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), foi ministro da Educação de Lula e Dilma, período em que o Enem vivia enfrentando crises, mas é no campo político que o petista acumula derrotas: à Presidência, em 2018, e ao governo de São Paulo, em 2022.

Foi prefeito de São Paulo, entre 2013 e 2016, mas não se reelegeu, e, quando Lula não conseguiu obter os direitos políticos, há quatros anos, era o vice na chapa que virou candidato ao Planalto.

O mercado financeiro tem dúvidas sobre o caminho que será trilhado por Haddad, muitos preferiam o economista Persio Arida, um dos pais do Plano Real, na Fazenda e cotado para o Planejamento, mas Lula diz agora que trará “alguém próximo ao futuro ministro”.

Haddad já declarou, publicamente, inclusive durante a campanha deste ano ao governo de São Paulo, que nada entende de economia, então.

Resistência aos demais nomes anunciados é menor

Lula antecipou a lista de ministro, a primeira fornada, prevista inicialmente para depois da diplomação, marcada para o dia 12 de dezembro.

Além de Haddad, na Fazenda; o ex-presidente do TCU, José Múcio Monteiro vai para a Defesa; o ex-governador do Maranhão Flávio Dino, para a Justiça; e o embaixador Mauro Vieira, retorna ao Itamaraty, nas Relações Exteriores, posição que já ocupou no governo Dilma. Todos os anunciados são próximos a Lula, primeiro critério e requisito no anúncio desta sexta (9).

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