Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 40 anos de profissão, 18 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Reunião em Brasília

Governadores debateram além do tarifaço e trataram de anistia e de 2026

Jorginho fez coro às cobranças para o governo federal lidar com os impactos das medidas de Trump e defendeu a anistia

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Nohlan Scholzel /SAN
Nohlan Scholzel /SAN

O governador Jorginho Mello (PL) e outros oito governadores da oposição decidiram cobrar um maior engajamento do governo federal nas negociações com o governo norte-americanos pela redução das tarifas de 50% impostas pelo presidente Donald Trump aos produtos brasileiros, durante uma reunião realizada em Brasília, nesta quinta-feira (7).

A cobrança de ações urgentes do governo federal para lidar com os impactos do “tarifaço” partiu de Jorginho. O governador complementou dizendo que o Estado tem um plano, mas é necessário esperar o posicionamento da União, para não haver medidas conflitantes.

O encontro, realizado na residência do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), durou cerca de duas horas. A reunião foi organizada pelo governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União) e reuniu quatro presidenciáveis.

Coube ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmar que a participação do governo federal precisa ser mais incisiva na busca de um acordo com Trump. Tarcísio afirmou que setores como café, proteína animal, máquinas, equipamentos e pneus estão entre os mais prejudicados por não constarem na lista inicial de exceções das tarifas.

“É fundamental um engajamento do governo federal nessa questão da negociação das tarifas. Isso se faz com ações concretas, cronograma, prazo e planejamento, que devem ser compartilhados com os setores e os estados”, disse. Tarcísio também afirmou que o grupo exige medidas para a redução dos impactos no setor produtivo e que é preciso defender a harmonia entre os poderes para “desescalar a crise”.

Caiado diz que Lula antecipa 2026

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), disse que o presidente Lula tenta antecipar a campanha eleitoral de 2026 ao evitar um contato direto com Donald Trump para resolver a crise com os Estados Unidos.

“Ontem, ao ver o presidente da República dizer que não tem nada a falar com o presidente dos Estados Unidos, [isso] é algo que mostra a total insensatez do presidente, que, ao invés de se preocupar com a economia do país, quer antecipar o processo eleitoral”, disse.

Além de Jorginho, Tarcísio, Caiado, Mauro Mendes e Ibaneis, estiveram presentes no encontro Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ratinho Júnior (PSD), do Paraná; e Wilson Lima (União), do Amazonas.

Bolsonaro entrou na conversa diversas vezes

Os chefes de Executivo trataram diretamente de uma das motivações de Trump, que condicionou o “tarifaço” ao fim do que chama de perseguição a Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

O magistrado, adversário número 1 da direita no país, havia alertado e concluiu que o ex-presidente descumpriu medidas cautelares ao participar, por chamadas de vídeo, de duas manifestações convocadas para apoiá-lo, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Antes do encontro com Ibaneis, Tarcísio esteve na residência de Bolsonaro. Foi um dos autorizados por Moraes a visitar o ex-presidente, assim como, nos próximos dias, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS). Outros parlamentares e um empresário também receberam essa autorização.

Tarcísio passou cerca de uma hora no local, com forte aparato de segurança, levou um presente a Bolsonaro e disse que o ex-presidente está “bem e sereno”.

Pedidos pela anistia marcaram o encontro

Caiado defendeu a votação e aprovação do projeto de lei da Anistia, que pode beneficiar o ex-presidente e todos os centenas de envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

“A pauta do Congresso eu conheço bem. Quem pauta é a maioria. Se tem maioria pra pautar, que paute e que vote. Esse é o sistema democrático”, defendeu o governador de Goiás.

Já Jorginho, pediu ao Congresso que atue de forma decisiva. Ele defendeu que os parlamentares “deliberem todas as matérias que estão pautadas”, incluindo a proposta de anistia.

Motta é “diplomático” ao tratar do assunto

Na Câmara, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) declarou que vai permitir a tramitação da anistia se for interesse da maioria dos líderes.

A declaração foi feita ao mesmo tempo em que o presidente da Câmara negou que esteja pressionado ou que tenha fechado questão sobre uma das pauta que levaram os deputados bolsonaristas a ocuparem a mesa da Casa por dois dias.

Motta também falou sobre o mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e declarou que “não há mandato à distância no nosso regimento”, sugerindo que o filho 03 de Jair Bolsonaro pode ser cassado, caso não reassuma a função em Brasília.

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