Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Atentado em Brasília

Vídeo: O que as imagens do autor das explosões dizem para a polícia

Dono da loja diz que catarinense parecia preocupado ao buscar "tocha maior"

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Vídeo: Francisco Wanderley Luiz aparece comprando fogos de artifício em Ceilândia | Reprodução/Polícia Civil DF
Vídeo: Francisco Wanderley Luiz aparece comprando fogos de artifício em Ceilândia | Reprodução/Polícia Civil DF

Foi o dono de uma loja que vende fogos de artifício, em Ceilândia (DF), quem foi à Polícia Civil para dizer que, nos dias 5 e 6 de novembro, o catarinense Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, adquiriu os artefatos que podem ter sido utilizados nos atentados com explosões, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (13). Francisco, conhecido por Tiü França, morreu após jogar fogos de artifício em direção ao prédio do STF e de provocar a detonação do material que estava em veículo estacionado no Anexo IV, da Câmara dos Deputados.

Segundo Fernando Barramansa, que entregou à Polícia imagens do circuito interno da loja e que possui um estabelecimento que está regular e pode vender o material, ele reconheceu Francisco ao ver reportagens na TV, por isso decidiu procurar a polícia espontaneamente. Barramansa detalhou que, na primeira compra, dia 5 de novembro, o catarinense adquiriu R$ 295 em fogos de artifício. E, na segunda, no dia seguinte (6), foram R$ 1.250, junto com o principal produto comprado por Tiü França, tubo de PVC.

A Polícia Civil do DF informou que Francisco modificou os fogos de artifício de forma caseira para que as explosões ficassem mais potentes. Barramansa disse que Francisco Wanderley parecia “preocupado” quando comprou os fogos de artifício usados no crime e foi buscar “uma tocha maior potência”, e quando disse ao dono da loja que “queria uma coisa mais bonita pra turma dele”, sem falar do local onde seriam utilizados os fogos. Também não quis comprar

Assista as imagens de Francisco Wanderley Luiz na loja:

Vídeo cedido pelo dono da loja, em Ceilândia (DF), onde Francisco Wanderley Luiz adquiriu os fogos de artifício. REPRODUÇÃO/POLÍCIA CIVIL DF

Perícia no aparelho celular

A Polícia Federal está extraindo informações de um celular apreendido na manhã de quinta-feira (14), em um trailer que seria de Wanderley e estava em um estacionamento nas proximidades do STF e da Câmara dos Deputados. O aparelho está sendo periciado no Instituto Nacional de Criminalística (INC), da PF.

A Polícia trabalha com várias hipóteses, uma delas a de que Tiü França não agiu sozinho. A mesma tese é levantada por ministros do STF, como Gilmar Mendes, que afirma que o fato não foi isolado. Para especialistas, o catarinense pode fazer parte de uma célula radical de direita.

Imagens da visita à Câmara, 11 horas antes do atentado

Imagens do circuito interno da Câmara dos Deputados mostram que Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, chegou à recepção da casa por volta das 8h15, na quarta-feira (14). O vídeo mostra que o catarinense, vestido de calça jeans, camiseta, chinelo de dedos e chapéu, circulou pelas dependências da Casa 11 horas antes de morrer ao explodir um artefato.

A assessoria da Câmara confirmou que Tiü França entrou nas dependências da Casa, foi ao banheiro e saiu do local na sequência. Nas imagens é possível ver que ele passou pelo detector de metais no acesso ao Anexo IV da Casa, sem que o restante do passeio seja mostrado. Todos os locais pelos quais ele circulou no interior já passaram por varredura, sem que nada tenha sido encontrado, informou a Polícia Legislativa Federal.

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