Força do Sudeste e padrinhos pesaram contra Blasi na escolha de ministro do STJ
Corte manterá quase metade dos integrantes de SP, RJ e MG
• Atualizado
A votação entre os desembargadores estaduais e federais para a escolha das duas vagas para o posto de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quarta-feira (23), favoreceu três do Sudeste e um do Nordeste, e deixou de fora, já na primeira rodada de escolha, João Henrique Blasi, presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Pesa também no processo, a preferência dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
O apoiado pelo ministro Dias Toffoli, o desembargador Carlos Von Adamek, de São Paulo, foi o mais votado, na primeira rodada entre os ministros do STJ. Já os desembargadores José Afranio Vilela, de Minas Gerais, e Elton Leme, do Rio de Janeiro, foram definidos na segunda rodada da votação.
Na terceira rodada, só realizada porque os candidatos não haviam atingido o número mínimo de 17 votos, Teodoro Silva, do Ceará, saiu vencedor. Blasi recebeu apenas dois votos na primeira rodada, o que o impediu de seguir na disputa que incluía 57 magistrados. Agora os quatro escolhidos serão levados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que indicará dois nomes entre as vagas reservadas a desembargadores dos tribunais estaduais e federais.
Nem sempre o padrinho conta, tanto que o candidato favorito do ministro Alexandre de Moraes, Airton Vieira, de São Paulo, não recebeu votos suficientes na primeira etapa da votação, a mesma em que o magistrado catarinense ficou de fora. As duas vagas reservadas a desembargadores foram abertas com a aposentadoria do ministro catarinense Jorge Mussi e a morte do ministro Paulo de Tarso Sanseverino.
Nome do quinto constitucional da OAB
O STJ já começou a realizar a votação para a vaga reservada a um representante da advocacia. A corte vai reduzir a três nomes uma lista sêxtupla enviada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A favorita é a advogada brasiliense Daniela Teixeira, apoiada pelo grupo Prerrogativas, próximo ao PT, que também passará pela escolha de Lula.
Hoje, quase metade da composição atual do STJ (14 dos 30) já é formada por ministros naturais do Sudeste. Com a aposentadoria de Jorge Mussi, Santa Catarina perde um cadeira, e será representada apenas pelo ministro Marco Aurélio Gastaldi Buzzi.
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