Eduardo Pinho Moreira admite que deve assumir a superintendência do Porto de Itajaí
Ex-governador foi convidado pelo prefeito Volnei Morastoni
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O ex-governador Eduardo Pinho Moreira ainda analisa o convite para assumir a superintendência do Porto de Itajaí, embora admita que deve enfrentar o desafio com prazo de validade, ou seja, até o fim deste ano. Moreira foi convidado pelo prefeito Volnei Morastoni (MDB) para assumir o cargo por entender que a única autoridade portuária pública municipal do país precisa de uma visão política e de uma ação direta em Brasília para resolver a situação de administração do Porto pela iniciativa privada.
O atual superintendente, o advogado Fábio da Veiga, já conversou com Pinho Moreira e deverá permanecer em um cargo na gestão do Porto. O perfil político levou Morastoni a fazer um apelo ao ex-governador, que, no momento, disse estar em conversa com a família para decidir, mas a resposta definitiva só será dada na semana que vem.
A situação do Porto, que transformou Itajaí na 12ª cidade que mais arrecada impostos federais no país e no maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, está emperrada na burocracia federal. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguiu entregar a estrutura à iniciativa privada e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retirou a unidade de Itajaí da lista de privatizações. Por falta de gestão, o Porto de Itajaí ficou praticamente parado durante meses, o que gerou uma crise.
Lembrança histórica de Moreira sobre o Porto
Em 1997, quando era secretário da Casa Civil do então governador Paulo Afonso Vieira do (P)MDB, Eduardo Pinho Moreira, então ex-prefeito de Criciúma e deputado federal, atuou junto ao ministro Odacir Klein (Transportes), gaúcho filiado ao (P)MDB, para que a prefeitura mantivesse o controle do Porto. Com Moreira estavam Luiz Henrique da Silveira, então prefeito de Joinville depois de deixar a Câmara Federal; Renato de Mello Vianna, que acabara de deixar a prefeitura de Blumenau, e seria, mais tarde e pela terceira vez, parlamentar em Brasília; e o ex-prefeito de Itajaí e deputado federal Arnaldo Schmitt Júnior, todos do (P)MDB, que garantiram a concessão até 2022.
Agora, Moreira debruçou-se sobre análises e estudos feitos pela Univali, que dão uma noção do problema enfrentado pela falta de uma gestão mais profissional privada do Porto. Atualmente, a Mada Araújo Asset Management, depois de ter a desclassificação da disputa pela concessão da operação do terminal de contêineres revista pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), assumiu dois berços de atracação por dois anos, um comando-tampão.
A principal missão do novo superintendente em Brasília será agir junto ao governo federal, aproveitar o bom relacionamento que sempre teve com o vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB), de quem é amigo desde os tempos de vizinho de apartamento funcional quando eram deputados federais constituintes, e assegurar uma concessão à iniciativa privada por 35 anos. O próprio Moreira admite que o processo está enrolado.
Um aliado certamente será o presidente do Sebrae, ex-deputado federal e prefeito de Blumenau Décio Lima. Nascido em Itajaí, próximo a Lula, Décio é um dos responsáveis pela medida emergencial que permitiu a continuidade da autoridade portuária pública nas mãos da prefeitura.
“Salário seria melhor se fosse médico”, diz Moreira
O salário de superintendente do Porto de Itajaí supera os R$ 30 mil já virou motivo de críticas à escolha de Eduardo Pinho Moreira. O ex-governador informou que este não seria o elemento motivador.
Moreira lembra que é cardiologista e médico do Trabalho e, recentemente, passou em um processo para habilitação como médico do Tráfego (trânsito). Segundo o ex-governador, ele poderia trabalhar três vezes por semana e ter um salário maior do que o receberá no Porto. Um detalhe interessante: tanto Eduardo Pinho Moreira quanto o prefeito Volnei Morastoni e o vice-presidente Geraldo Alckmin são médicos por formação, que tomaram gosto pela política.
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