Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Assembleia Legislativa

Disputa paroquial tem reflexo na Lei que prevê manejo e abate de javalis

Emenda provoca embate entre deputados da Serra Catarinense

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Foto: Divulgação/MMA
Foto: Divulgação/MMA

Os deputados Lucas Neves (Podemos) e Marcius Machado (PL) entraram em rota de colisão depois que um deles apresentou uma emenda aditiva ao projeto que prevê a caça, manejo e controle populacional do javalis em Santa Catarina. Seria uma discordância legislativa, se ambos não tivessem base na região Serrana, uma das mais atingidas pela verdadeira praga que o animal exótico se tornou, provocando prejuízos à agricultura. Em comum, ambos têm origem na Câmara de Vereadores lageana, mas Marcius é reeleito na Assembleia.

O deputado Lucas Neves, autor do projeto, à tribuna da Assembleia. Agência AL

Autor do projeto, Neves declarou que foi pego de surpresa depois de 48 dias de trabalho intenso pela aprovação, quando a matéria estava “prestes a ir a plenário, depois de passar com aprovação pelas comissões”. Marcius reagiu e declarou que não é contra o projeto, que votará a favor, contudo agiu para fazer ajustes, um deles porque não “se deve entrar em propriedades sem autorização, pois é arriscado tanto para o caçador quanto para o dono” do local.

Tramitação

Ainda no embate paroquial, Neves explica que a emenda aditiva faz o projeto retornar à estaca zero, o que a fará tramitar, mais uma vez, pelas Comissões de Justiça e Agricultura, antes de retornar ao plenário, e vaticina que a atitude do colega “coloca em risco a aprovação ainda este ano, decepcionando o setor produtivo do campo que ansiava pela aprovação”. Marcius assegura que o compromisso que assumiu fará o projeto ser aprovado até o final do ano – o Legislativo termina no dia 20 de dezembro em plenário, enquanto o recesso começa dia 23.

Marcius argumenta que não é “contra os agricultores, e que está protegendo as propriedades”, justamente para evitar o encontro com desconhecidos na área, especialmente porque estarão armados. O contraponto de toda esta situação vem do presidente da Associação Brasileira de Caçadores, Rafael Salerno, que, de acordo com a assessoria de Neves, expressou repúdio e indignação diante da emenda, “considerando-a uma interrupção desnecessária e prejudicial ao controle do javali, classificando-a como uma atitude covarde e desonesta”. E Salerno ainda apimentou o confronto entre os parlamentares serranos: “Um dia triste e vergonhoso. O deputado, que é do Planalto, não representa neste momento o clamor da própria região”.

O problema com os javalis, introduzidos na fauna brasileira sem ter predadores naturais por serem exóticos, se espalha por outras regiões, como a de Tubarão, no sul do Estado, para citar um exemplo. Portanto, não é só a Serra Catarinense que reclama da travada na tramitação do projeto. Assim como a “praga dos javalis”, o bate-boca deve se alastrar.

Assista ao vídeo de Marcius Machado sobre caça de Javalis:

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