Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 40 anos de profissão, 18 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Tarifaço de Trump

Debate na Fiesc aponta ‘tempestade perfeita’ na cobrança dos 50% pelos EUA

Senador Esperidião Amin afirma que conversa com empresários e políticos norte-americanos ainda não terminou

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Reprodução/Fiesc
Reprodução/Fiesc

Ex-presidente do Banco Brics, o diplomata e economista Marcos Troyjo comparou a um acidente de avião, onde vários fatores deram errado ao mesmo tempo em uma “tempestade perfeita”, o resumo do que levou o presidente Donald Trump a impor uma tarifa de 50% aos produtos vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos.

A avaliação foi feita durante um debate, promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), que também teve a participação do senador Esperidião Amin (PP), que participou do grupo de parlamentares brasileiros que se reuniu com congressistas e empresários norte-americanos para tentar uma saída para diminuir o tarifaço contra os produtos brasileiros.

Para Troyjo, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez muito pouco para tentar reverter a situação, uma carta enviada pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ao secretário de de Comércio estadunidense Howard Lutnick, irrisório de comparado à União Europeia e a países como o México e a Suíça, só para exemplificar.

Mas a explicação sobre o que ele qualificou de inércia passa pelo Brasil ter ficado satisfeito, entre 2 de abril, quando Trump anunciou a tarifa de apenas 10%, um número global, que atingiu Chile e Argentina, até 9 de julho, com a carta e a nova determinação de 50%.

Outro fator chamou a atenção

Troyjo lembra que, na reunião dos BRICs, realizada no Rio de Janeiro, o presidente Lula foi a única voz a clamar por uma nova ordem enconômica mundial sem a moe3da americana, o dólar, além de uma sistema alternativo de pagamentos, “antagonices percebidas pelso EUA”, particularmente pelo primeiro latino a ocupar a Secretaria de Estado (o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil), Marco Rubio, sempre atento às coisas da América Latina.

Se o discurso anti-dólar não ajuda, provoca a ira de Trump, o assunto ideológico e político, a afinidade entre o presidente dos EUAS e do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL), torna a solução da crise mais difícil.

Para o senador Amin, cabe as chefia dos executivos dos dois países a obrigação ético da responsabilidade, já que é o presidente da República tem o dever de liderar o debate.

O diplomata e economista Marcos Troyjo, durante o debate da Fiesc. Reprodução/Fiesc

Amin reforça que a conversa que ele e os demais sete senadores da Comissão Especial que esteve em Washington não terminou, pois identifica que o tarifaço consiste em alguns tiros nos pés dos norte-americano, principalmente na ponteira da carne, base do hamburguer dos EUA, e o suco de laranja, produto permanente à mesa do café da manhã dos norte-americanos e que tem no Brasil o único fornecedor.

Para o senador, a ação dos senadores pode ser traduzida no caso da Embraer, onde tudo que é eletrônico e as turbinas nas aeronaves produzidas no Brasil são fornecidos por fabricantes dos EUA, o que o leva a crer que a percepção é a de que o tarifaço não foi medido nas suas consequências.

Amin elogiou os esforços de Alckmin, assessorado, entre outros, pela secretária de Comércio Exterior da do ministério que comanda, a catarinense Tatiana Lacerda Prazeres.

O senador lembra que, nesta terça-feira (19), começam a ser apresentadas as emendas à Medida Provisória aparentada pelo governo Lula para ajudar as empresas afetadas pela crise. A Fiesc apresentou pelo menos duas propostas: a que aumenta até dois anos carência original, tanto para suspensão quanto para pagamento de parcelas, e outra que prevê critérios menos rigorosos para micro e pequenas empresas.

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