Contra Lula e MDB, prefeito diz que irá renunciar
Rafael Caleffi se despediu da sigla no grupo de WhatsApp
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O prefeito de São Lourenço do Oeste, Rafael Caleffi, fez uma divulgação polêmica ao informar, no grupo de WhatsApp do MDB, que se desfiliará do partido e irá renunciar à prefeitura no início de 2023, com a forte afirmação de que “não serei governado por um ladrão e por toda a corja que o acompanha”, ao se referir ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiado pela ex-candidata emedebista à Presidência Simone Tebet.
Caleffi, que é advogado e está no segundo mandato, foi reeleito em 2020, e é filho do ex-prefeito Álvaro Freire Caleffi, que comandou o município do Extremo-Oeste, próximo à divisa com o Paraná, também por duas vezes (de 1993 a 1996 e de 2001 a 2004).
O atual prefeito, que defendia a candidatura própria do MDB com o ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli – derrotado na convenção do partido, que seguiu com Carlos Moisés (Republicanos) e indicou o ex-prefeito Udo Döhler (de Joinville) para vice – jogou-se de cabeça no projeto de Celso Maldaner ao Senado e o da mulher do deputado, a ex-prefeita da Maravilha Rosi Maldaner, à Assembleia, ambos derrotados nas urnas.
Desabafo para os colegas de partido
No comunicado, via WhatsApp, Caleffi fez um desabafo antes de pedir licença “para sair do grupo e do MDB”.
Nas considerações que embasam o desligamento, o prefeito sustenta que “o MDB, infelizmente, perdeu sua bandeira de luta. Perdeu seus ideais políticos, sua essência. Muito interesse pessoal que ficou acima do próprio partido, não só a nível federal como também estadual. Com o resultado das eleições e analisando friamente o cenário, informo a todos que estou saindo da agremiação. Saio de cabeça erguida, de mãos limpas e com o dever cumprido. Estarei, também, renunciando o cargo de prefeito de minha cidade, em razão de não serei governado por um ladrão e por toda a corja que o acompanha”.
Ainda sobre os motivos da saída, Caleffi explica que “tivemos a chance de sermos diferentes, de escolher o Antídio Lunelli como nosso candidato a governador. Tivemos a chance de colocar o Celso Maldaner (Brasília) no senado pra honrar a história do MDB de SC. Mas os interesses pessoais e individuais falaram mais alto”.
Caleffi termina o anúncio com a antológica frase de Ulysses Guimarães que estampou o título do grande líder emedebista, publicado em 1991, depois de ter sido abandonado pelo partido dois anos antes na disputa à Presidência “Ou mudamos ou seremos mudados”. E acrescenta: ”Estou mudando”.
Silêncio permanece sobre a decisão
Desde que fez a manifestação, Caleffi, que apoiou Jair Bolsonaro, não fala à imprensa sobre o assunto, fato só comentado pelo presidente do diretório municipal do MDB, Alex Cleidir Tardetti, que confirma a decisão do prefeito.
À imprensa local, Tardetti explica que Caleffi permanecerá como um conselheiro, sem abandonar o grupo político que o cerca, mas garantiu que o prefeito irá para a iniciativa privada, especula-se a direção de uma empresa de MDF no Paraná.
Confirmada a renúncia de Caleffi, o município passará a ser comandado pelo vice Agustinho Assis Menegatti (PP).
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