Caroline de Toni está em alta e pode incomodar a construção de Jorginho

Presidente da poderosa Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), a deputada federal catarinense Caroline de Toni (PL), de Chapecó, conseguiu ganhar luzes e prestígio junto à direita e provocar a ira da esquerda com o trabalho que desempenhou em 2024. Cotada agora para ser líder da minoria depois de passar o comando da comissão, Carol, como é chamada pelos mais próximos, também terá o direito de escolher, em 2026, uma posição de destaque: talvez buscar uma vaga na renovação de dois terços ao Senado ou mesmo a reeleição, pela segunda vez, depois de ter sido a parlamentar mais votada, na última eleição.

A garantia de simpatia de um lado e de antipatia do outro foi assegurada com a aprovação de pautas conservadoras que limitam a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (principalmente as decisões monocráticas), contra o aborto e sobre o voto impresso. Carol teria sido bem orientada e não entrou no jogo de provocações na CCJ, cenário mais do que normal, e notabilizou o gesto de pegar a cuia e tomar o chimarrão (foto) nos momentos mais tumultuados. Há dúvida se as matérias terão sucesso em plenário, mas o encaminhamento dado na Comissão é o que interessa no momento.

Alçada à condição de liderança no intrincado universo de 513 deputados a disputar um lugar ao sol, Carol deve criar no mínimo um constrangimento ao governador Jorginho Mello, presidente estadual do PL, que busca ter uma formação eclética para uma ampla aliança, em 2026. Jorginho projeta ter um vice do MDB, uma vaga para o prefeito reeleito João Rodrigues (PSD) e outra para Esperidião Amin (PP) ao Senado, o que, por ora, desconsidera Caroline de Toni ou, no futuro, terá que acertar outras vantagens à parlamentar.

Mais cedo ou mais tarde, o assunto terá que ser tratado com seriedade. Carol tem ainda a questão regional para resolver, caso o caminho de Jorginho mantenha a intenção de atrair João Rodrigues, com base no mesmo Grande Oeste da deputada federal.

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