Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 40 anos de profissão, 18 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Fora do Brasil

Carla Zambelli avisa que foi para a Europa depois de condenada pelo STF

Parlamentar irá se licenciar do cargo para tratamento médico

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Carla Zambelli avisa que foi para a Europa depois de condenada pelo STF | Foto: Lula Marques/Agência Brasil.
Carla Zambelli avisa que foi para a Europa depois de condenada pelo STF | Foto: Lula Marques/Agência Brasil.

Condenada por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e tentar implantar documentos falsos, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou, em uma entrevista a um canal do YouTube, nesta terça-feira (3) que está fora do Brasil. Ela afirma que está na Europa para um tratamento médico e que irá solicitar afastamento do cargo.

Zambelli também ficou conhecida por perseguir um militante da esquerda pelas ruas de São Paulo com uma pistola na mão, na véspera do segundo turno, em 2022, fato que fez o então presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe chamar a atenção durante um evento. Agora, a deputada diz que não está abandonando o Brasil e que ela considera a saída do país como um ato de resistência. “É voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs”, revela.

“Eu tenho ficado calada diante de um pressão judicial que eu tenho sofrido. E, me cansei, me cansei de ficar calada”, disse em entrevista à Rádio AuriVerde, um tradicional veículo de paoio à direita, que fica em Bauru, interior de São Paulo.

Ela conta que pedirá uma licença não remunerada e passará a não receber mais salário enquanto estiver fora do país. “O gabinete vai ser ocupado pelo meu suplente (Coronel Tadeu, do PL)”, informa Carla.

Ainda durante a entrevista, a deputada fala que o Brasil está vivendo um tempo de ditadura, falta de liberdade e censura. Zambelli diz que irá denunciar em todas as cortes da Europa e participará de congressos para, de acordo com ela, que os brasileiros voltem a ter democracia, justiça e liberdade.

“Meu eleitor, os mais de 946 mil votos que eu tive, são de pessoas que querem ver essa Carla, a Carla que estava adormecida um pouco, mas que estava ficando doente por não poder falar o que eu penso sobre as coisas que estão acontecendo. São amarras que ninguém pode ter”, relata a deputada.

Deputada diz que foi influenciada

Por influência de Allan dos Santos, youtuber brasileiro foragido da Justiça, Carla Zambelli decidiu deixar o Brasil. Ela ainda questiona a pena que recebeu do Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que não roubou, estuprou ou matou ninguém.

“Eu poderia ir para a prisão, esperar um tempo, continuar no meu país e depois me entregar para a Justiça. Mas, que Justiça? Que Judiciário?”, fala ao falar sobre a decisão.

A deputada também criticou as urnas eletrônicas usadas nas eleições brasileiras, afirmando que não são confiáveis e que não poderia falar isso enquanto estivesse no Brasil porque seria “ainda mais caçada e perseguida”. “Enquanto a gente não tiver contagem pública de votos, nós não teremos democracia”, diz Carla. Ela ainda complementa dizendo que esse foi o motivo que resultou na derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro, nas Eleições de 2022.

A entrevista foi transmitida no canal do Youtube oficial da Rádio AuriVerde e conduzida pelo apresentador Alexandre Pitolli.

A pena foi de 10 anos e perda do mandato

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 14 de maio, por unanimidade, condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos.

Além da prisão, Zambelli precisará pagar uma indenização de R$ 2 milhões, juntos. O Supremo também determinou a perda do mandato da deputada, a ser executada após o trânsito em julgado da ação — quando não houver mais possibilidade de recurso.

A parlamentar foi condenada juntamente com Walter Delgatti Neto, que revebeu uma pena de 8 anos e 3 meses de prisão, em regime inicialmente fechado. Delgatti ficou conhecido no país em 2019, após invadir contas do Telegram de várias autoridades, mas a acusação de agora é que ele teria sido contratado por Zambelli para invadir o sistema do TSE e do CNJ e plantar documentos falsos.

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