Câmara de Itajaí rejeita impeachment de Morastoni e Sodré
A sessão durou mais de oito horas e meia
• Atualizado
A Câmara de Itajaí rejeitou o pedido de impeachment aberto contra o prefeito Volnei Morastoni (MDB), que administra o município pela terceira vez, e o vice Marcelo Sodré (PDT), já na madrugada desta sexta-feira (18). Nenhuma das quatro acusações contra prefeito e vice alcançaram os 12 votos necessários para o afastamento. A sessão extraordinária, que começou com uma hora e meia de atraso, às 17h30min, na quinta-feira (17), teve a participação de eleitores na plateia com direito à faixa de “Impeachment Já”, foi encerrada às 2h04min.
O caso encampado pela Câmara, um vacilo de Morastoni, que não avaliou a fragilidade da base de apoio diante da pressão, é uma antecipação do embate da eleição do ano que vem, quando o atual prefeito não estará na disputa, mas terá um papel que ainda incomoda na articulação do sucessor. Passava da 1 hora da manhã quando o advogado Paulo Fretta, que defendeu o prefeito Volnei Morastoni (MDB), começou a fazer a sustentação oral no plenário da Câmara de Vereadores de Itajaí. Antes dele, os advogados Karla Sodré e Augusto Machado, do vice-prefeito Marcelo Sodré (PDT), se manifestaram sem usar as duas horas a que tinham direito, após cada um dos 17 vereadores terem direito a 15 minutos de manifestação.
A esta altura, os que assistiam à sessão extraordinária presencialmente eram poucos, mas os comentários na transmissão ao vivo, feita pelo Canal do Legislativo municipal no Youtube, estavam animados, uma incansável disputa política e ideológica que versava até sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o atual Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os advogados argumentaram que, sendo aposentado, Morastoni não poderia acumular o auxílio-doença, e que a lei municipal concede o direito ao prefeito receber o salário durante a licença entre outubro e novembro do ano passado para tratamento de saúde. Também asseguraram que há uma diferença entre a licença para tratar de assuntos pessoais da solicitada por Morastoni, de 72 anos, que era de caráter médico.
O principal argumento da petição, feita pelo advogado Vilmar Hoepers, que gerou a abertura da comissão processante, consistia neste ponto. Hoepers sustenta que, em vez de receber os vencimentos, Morastoni deveria se valer do auxílio doença do INSS, ficar “encostado” no popular, e ainda responsabilizava o vice Sodré por ter mantido o pagamento do salário.
Após a manifestação dos advogados, a 1h43 minutos, o presidente da Câmara, vereador Marcelo Werner (PSC), suspendeu a sessão por um minuto para que os demais parlamentares dessem quórum. Na votação de cada uma das quatro acusações contra Morastoni e Sodré, houve variação de placar, e ,em pelo menos uma delas, 11 vereadores chegaram a se manifestar contra os dois, um voto a menos do que levaria ao afastamento.
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