Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Eleições 2024

Bolsonaro soube em Balneário Camboriú que nem todos os seus seguidores são do PL

Nesta sexta-feira, o ex-presidente passou por Itapema, Palhoça e Tubarão

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Fabrício, Peeter,Bolsonaro, Jair Renan, Jorginho e Seif. Divulgação
Fabrício, Peeter,Bolsonaro, Jair Renan, Jorginho e Seif. Divulgação

O público abaixo do esperado durante o comício com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Balneário Camboriú, na noite de quinta-feira (19), tem razões que passam pela chuva e pelo fato de que muitos integrantes das multidões que o seguem quando passa por Santa Catarina têm origem em outros partidos ou não aderiram ao PL ou à campanha de Peeter Grando (PL) e David Labarrica (PRD). O esvaziamento do evento serve de alerta àqueles que acreditam, piamente, que basta o número 22 para que o eleitor relacione o candidato, em qualquer cidade catarinense, a Bolsonaro ou ao governador Jorginho Mello, por isso a visita significa: é necessário reforçar o vínculo. Juliana Pavan (PSD) liderava a corrida antes de Bolsonaro dar uma passada pela cidade.

Não só por isso, mas também na relação de causa e efeito, muitos candidatos do PL, Estado afora, fazem água neste momento e deixam adversários de direita crescerem e até alguns de esquerda. Casos concretos como em Rio do Sul, onde Gerri Consoli (PSD) e Jailson Lima (PSB) estão à frente de Manoel da Pereira (PL), o da Celesc, que tem como vice o ex-prefeito Garbaldi Ayroso (MDB), são prova disso.

Em outros pontos, vide Criciúma, uma batalha instaurada com a prisão do prefeito Clésio Salvaro (PSD), na Operação Caronte, do Gaeco, catapultou o apadrinhado Vaguinho Espíndola (PSD) para a liderança ao passar o deputado federal licenciado Ricardo Guidi (PL). Mais uma vez o clássico PL versus PSD está em evidência, tal qual em São José, entre Orvino Coelho de Ávila (PSD) e Adeliana Dal Pont (PL), ou em Joinville e Blumenau, de forma velada, onde os pessedistas apoiam, respectivamente, Adriano Silva e Odair Tramontin, os dois do Novo, e fazem ferrenha oposição a Sargento Lima e Delegado Egídio, ambos do PL.

Capital é a situação diferente no cenário

A exceção deste jogo se instalou em Florianópolis, onde o favorito pessedista Topázio Neto se aliou a Jorginho Mello, que indicou a vice Maryanne Mattos. A perspectiva é a de que Topázio abandone o atual partido para seguir com o projeto à reeleição do governador, enquanto o prefeito João Rodrigues (PSD) participa de um verdadeiro plebiscito em Chapecó, antes de ser o nome para o governo, tanto que o liberais locais não apresentaram oposição, tampouco candidato à prefeitura para não correr o risco de perder feio.

João é a representatividade maior de Bolsonaro na região, mais do que a do PL. A ponto de, ano passado, quando o ex-presidente esteve na maior cidade do Oeste, os gritos eram de “João governador”. À época, Bolsonaro, de leve, repreendeu a claque, formada por muita gente de camisa amarela ou com fotos dele no peito.

“João senador, Jorginho governador”, declarou o ex-presidente, sem fazer mais qualquer nova referência sobre o assunto. Jorginho se licenciou do governo até o dia 30 por razões claras: tenta evitar que o já ganhou desmobilize o necessário pedido de voto no 22 e livrar o projeto para 2026 de um risco, caso as 80 ou 100 prefeituras pretendidas, em cima do bolsonarismo, não incluam os maiores colégios eleitorais.

Passagens combinadas por Itapema, Palhoça e Tubarão

Depois de dar todo o apoio ao filho Jair Renan, candidato a vereador em Balneário Camboriú, Bolsonaro pegou a BR-101 e foi a Itapema, onde tomou um café da manhã com o candidato Alexandre Xepa e o vice Osmari, chapa de filiados ao PL, reuniram muitos candidatos a vereador, em um posto de combustíveis. O clima de festa e euforia contrastava com o que ocorreu, em muitos momentos, no encontro em Balneário, 12 horas antes.

Bolsonaro aproveitou muito bem o Dia do Gaúcho, que marca a Revolução Farroupilha, que tentava separar o Estado do Rio Grande do Sul e criar um outro país, episódio que teve uma versão catarinense, com a República Juliana, em Laguna, que imortalizou o romance de Anita e Giuseppe Garibaldi, mais tarde heróis da unificação da Itália. O ex-presidente jantou na véspera, em Balneário Camboriú, e foi ao evento com tradicionalistas em Palhoça, às margens da BR-101, no Pontal, com tradicionalistas, nesta sexta-feira (20).

Elogiou o prefeito Eduardo Freccia, candidato à reeleição, com forte discurso contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Acompanhado do governador licenciado Jorginho Mello e do senador Jorge Seif, Bolsonaro declarou que o Brasil vive um momento bastante delicado com alta de impostos e falta de assistência à população.

Na estrada, o ex-presidente e caravana passaram por Tubarão para dar uma força ao candidato a prefeito Estêner Soratto Júnior (PL), antes de chegar a Criciúma, onde se reúnem com Ricardo Guidi e Acélio Casagrande em evento marcado para as 19h22min, no AM Master Hall, ambiente fechado e muito amplo, o que evitará culpar a chuva por uma eventual participação abaixo do previsto.

A maior cidade do Sul do Estado é um reduto extremamente bolsonarista, elegeu três deputados federais alinhados com ele. O poder de mobilização de Júlia Zanatta, Dabiel Freitas e de Ricardo Guidi deve resolver esta equação, mas não evita de que muitos apoiadores e fãs do ex-presidente, que estão do lado de Clésio e Vaguinho, deem as costas, como protesto a Jorginho.

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