Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 40 anos de profissão, 18 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Bolsonaro é um senhor padrinho, mas não é tudo em uma eleição

Ex-presidente veio ao Estado e fez uma rara agenda partidária

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Jair Bolsonaro (PL) saiu às 6h da manhã desta quarta-feira (24), de Balneário Camboriú, onde pernoitou, para pegar o avião de retorno a Brasília, em Florianópolis, mas deixou uma série de responsabilidades para os pré-candidatos a prefeito do PL, em uma rara agenda partidária do ex-presidente no Estado. No dia anterior, durante almoço com cerca de 150 ávidos pré-postulantes, em São José, o presidente de honra nacional do partido mostrou que o empenho nas campanhas deverá ser redobrado, principalmente para deixar a sigla forte para 2026, como fica evidente nas conversas com muitos, entre eles com o deputado federal Ricardo Guidi (foto), que trocou de partido para concorrer em Criciúma pelo PL.

Bolsonaro ainda persegue a possibilidade de reverter a inelegibilidade aplicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o deixou fora da disputa presidencial pelo menos até 2030, porém o PL terá candidato ao Planalto. Outro foco é a manutenção dos mandatos de governador, onde se inclui o catarinense Jorginho Mello, presidente estadual da legenda e único a discursar ao lado do ex-presidente no evento no Top Gun Clube de Tiro.

Que Bolsonaro é o melhor padrinho político que um aspirante a prefeito ou pré-candidato à reeleição pode imaginar em Santa Catarina, não há dúvida. A questão está em se empenhar na campanha, aumentar a presença do partido, mesmo em um Estado onde há, majoritariamente, uma predominância da direita, do conservadorismo. No melhor estilo, Bolsonaro ajuda a empurrar nomes, só que deverá haver combate pelo voto, busca de novos eleitores, se o objetivo é a eleição tranquila, até porque Jorginho projetou uma disputa municipal onde pretende fazer 100 prefeitos.

Bolsonaro, Jorginho e Marilisa Boehm, no Congresso dos Gideões, em Camboriú. Divulgação

Durante a participação no 39º Congresso Internacional de Missões, os Gideões, em Camboriú, o momento para Bolsonaro, Jorginho e a vice Marilisa Boehm foi de oração e de apoio espiritual, com uma projeção política inegável. O ex-presidente participa do evento desde o primeiro ano do mandato no Planalto, algo significativo em um país em que os evangélicos representam pouco mais de 30% da população, posição significativa se transformada em votos.

Entre a saia justa e o “folclore”

No encontro em São José, o PSD josefense se aproveitou de um desconforto e espalhou que a pré-candidata a prefeita Adeliana Dal Pont (PL) foi vetada por Jair Bolsonaro a subir no palco, por ter chegado às mãos do ex-presidente, à véspera do evento, um vídeo em que, no passado, ela reclamou da política do então inquilino do Planalto sobre a pandemia, nos quesitos fique em casa e vacinação.

De fato, não há fotos de Adeliana com Bolsonaro no almoço, de terça-feira (23), até o momento. A pré-candidata não deu muita bola para os rumores, mas não gostou, de acordo com assessores, do “folclore” criado de que o convidado ilustre chegou a mudar o itinerário, que passaria pela avenida central do Kobrasol, só por conta do ocorrido.

Portanova e Zimmer se unem em Florianópolis

Ralf Zimmer e Rogério Portanova já concorreram ao governo do Estado. Divulgação

Os pré-candidatos à prefeitura de Florianópolis Rogério Portanova (Avante) e Ralf Zimmer (Solidariedade) acenam estar juntos no projeto sem definir, por ora, se será efetivada uma aliança oficial, mas com direito à selfie. Interessante que Portanova, de centro-esquerda, e Zimmer, de centro-direita, anunciam um ato para livrar a Capital “da extrema-direita e da extrema-esquerda raivosas”. Falam em construir chapas viáveis e fortes ao Legislativo.

Solidariedade, que foi o partido do ex-presidente da Assembleia Gelson Merisio, amigo do peito e do xadrez de Zimmer, e Avante, que estava com Carlos Moisés (Republicanos), em 2022, têm bom tempo de rádio e TV, e pretendem ser a terceira via em um cenário de favoritismo do prefeito Topázio Neto (PSD) à reeleição. Vale lembrar que Portanova e Zimmer já disputaram o governo do Estado, um pela Rede Sustentabilidade (2018), o outro pelo Pros (em 2022), são da área do direito (Portanova professor da UFSC e Zimmer defensor público estadual) e agora pregam evitar a “venda de Florianópolis para a iniciativa privada” e superar a polarização para uma Capital “inovadora e humanizada”.

Podemos anuncia apoio a Adriano Silva, em Joinville

Ralf Benkendorf e Paulinha da Silva com Adriano Silva.Valquíria Guimarães/Divulgação

O Podemos vai estar com Adriano Silva (Novo) à reeleição, em Joinville, apoio decidido em reunião do partido, na segunda-feira (22), e anunciado pela presidente estadual do partido, deputada Paulinha Silva, e pelo presidente municipal, Ralf Benkendorf, que aprecem na foto junto ao prefeito do mais populoso município de SC.

Até agora, o Podemos mostrou poucos candidatos da sigla a prefeito, mas enfatizou que estará com os pré-candidatos do PSD em Florianópolis e Itajaí, para citar alguns. Adriano já tem o apoio do PSD à reeleição, fato que deve ter influenciado a decisão do Podemos. A vice-prefeita Rejane Gambin, o Secretário de Governo, Gilberto Leal, e do presidente do Novo em Joinville, Daniel Cardozo Júnior, acompanharam o anúncio.

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