Bolsonaro diz que enviou R$ 2 milhões para o filho nos EUA
Ex-presidente fez a revelação após o depoimento à PF
• Atualizado
Ao sair do depoimento que fez à Polícia Federal, nesta quinta-feira (5), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ter enviado Pix de R$ 2 milhões ao filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos. Segundo Bolsonaro, são cerca de US$ 350 mil para o filho manter a mulher e as duas filhas pequenas, de 2 e 4 anos, e com isso não quer que eles passem dificuldade.
“Que bom que tenho condições de enviar”, disse Bolsonaro, após deixar a sede da PF, em Brasília, onde respondeu a perguntas, durante duas horas, no inquérito que apura a conduta do deputado licenciado nos EUA. No depoimento, o ex-presidente negou lobby de Eduardo para sancionar o que “quer que seja no Brasil”.
“Botei um dinheiro na conta dele. Bastante até. E ele está levando a vida dele. Dinheiro limpo, legal, Pix”, disse Bolsonaro, que também afirma estar sendo vítima de perseguição.
Ida para a América do Norte
Eduardo Bolsonaro está licenciado de seu cargo de deputado federal desde fevereiro e, no momento, mora nos Estados Unidos. Ele é suspeito, segundo alegou a Procuradoria-Geral da República (PGR), de ter buscado do governo norte-americano sanções a integrantes de autoridades brasileiras – como membros do STF, do Ministério Público e da Polícia Federal -, com o “intuito de embaraçar o andamento do julgamento” contra seu pai, que é réu no Supremo por tentativa de golpe de Estado.
Eduardo Bolsonaro é investigado pelos possíveis crimes de coação no curso do processo penal, obstrução de investigação sobre organização criminosa e abolição do Estado Democrático de Direito. Em depoimento, Bolsonaro negou as acusações: “Não existe sancionamento de qualquer autoridade, aqui ou no mundo, por lobby, é tudo por fatos. Não adianta ninguém jogar pra cima dele.”
Em Paris, Lula criticou Bolsonaro e Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (5) de um encontro com a comunidade brasileira em Paris. O evento homenageou a prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo, Lula e a comunidade brasileira na França. Em um discurso de 42 minutos, o petista cobrou coragem do Congresso Nacional para regular as redes sociais, criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela atuação na pandemia de covid-19 e condenou as atitudes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Além de Lula, estiveram presentes Lélia Salgado, viúva do fotógrafo Sebastião Salgado, e Ana Lúcia Paiva, filha de Eunice e Rubens Paiva — personagens do filme biográfico e vencedor do Oscar, Ainda Estou Aqui.
Durante sua fala, Lula condenou a ascensão da extrema-direita no mundo e voltou a responsabilizar Bolsonaro pelas mais de 700 mil mortes por Covid-19 no Brasil.
“Haverá um dia em que ele será julgado como criminoso, por não respeitar a ciência e permitir que no Brasil morressem mais de 700 mil pessoas de Covid, quando ele orientava as pessoas a tomar remédio que cientificamente não servia para combater a doença, e fazia discurso para que as pessoas não tomassem vacina, dizendo que a vacina fazia virar gay, virar mulher, virar jacaré”, afirmou.
Lula também defendeu a regulação das redes sociais, afirmando que é necessário enfrentar o tema com coragem.
Presidente sugeriu encontro com o Canadá
O presidente ainda mencionou planos de encontros com países caribenhos e sugeriu um possível encontro com o Canadá — com tom de ironia em relação às políticas de Donald Trump. Ele criticou o presidente norte-americano por sua postura intervencionista e protecionista.
“Ninguém disse para ele [Trump] que ele foi eleito para ser presidente dos Estados Unidos, que é um direito dele, de fazer o que ele quiser dentro do país dele. Agora, querer tomar a Groenlândia, querer tomar o Canal do Panamá, querer tomar o Canadá e ainda querer taxar todos os países como se ele fosse dono do comércio mundial, aí já é demais.”
Com informações do SBT News*
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