Amin aguarda por um gesto de Jorginho
Na opinião do senador do PP, os candidatos mais bolsonaristas no Estado precisam se aliar, ainda em primeiro turno, para evitar a dissipação dos votos conservadores
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O senador Esperidião Amin não tem meias palavras para assegurar que sem um acordo entre ele, pré-candidato do PP ao governo, e o senador Jorginho Mello, pré-candidato do PL, as duas chapas mais bolsonaristas em Santa Catarina tendem a naufragar.
Amin não vê problemas no encontro entre as bancadas de PP e PL na Assembleia, pois considera que quantos mais debates ocorrerem entre as duas siglas, melhor, embora saiba que não terão caráter decisório.
Na convenção de sábado (23), que mudou de local e será no Hard Rock Live (na SC-281, em São José) para facilitar o acesso dos convencionais que vêm de outras regiões do Estado, o PP deixará a ata em aberto à espera de acordos, que devem passar por PSDB, PTB e até mesmo o PL.
Certo mesmo, a indicação de Amin ao governo e as nominatas a deputado estadual e federal, enquanto as posições a vice e ao Senado ficam para composições futuras.
Bem, não há dúvida de que do lado de Jorginho a expectativa de que seja Amin que estenda a mão em nome da unidade por Jair Bolsonaro.
Argumentos de Amin
A possibilidade de ficarem separados aumenta a dissipação dos votos, avalia Amin, para quem é muito difícil que os votos bolsonaristas de Jorginho migrem para Gean Loureiro (União Brasil), mesmo com o apoio do prefeito João Rodrigues (PSD), de Chapecó, e sem deixar de avaliar, que juntos, PP e PL terão as chances de enfrentar a real possibilidade da Frente Democrática de centro-esquerda estar no segundo turno em apoio a Lula.
O argumento está no passado recente de Gean na prefeitura de Florianópolis, quando não só deixou de agradecer às verbas federais que recebeu durante a pandemia, como também fez campanha pela compra de vacinas, principalmente a russa Sputinik V, que sequer foi aprovada pela Anvisa, na liderança do Fórum de Prefeitos de Capitais, e bateu de frente com o Palácio do Planalto.
Tentativa de adiamento
Nesta quarta (20), o prefeito Agnaldo Filippi, de Pedras Grandes, ligado ao prefeito Joares Ponticelli, de Tubarão, voltou à carga na tentativa de adiar a convenção, uma manobra para favorecer o grupo que prega o apoio ao governador Carlos Moisés (Republicanos).
O secretário-geral Aldo da Rosa afastou qualquer possibilidade do pleito de Agnaldo ter qualquer chance de êxito.
Juntos no Festival de Dança
O governador Carlos Moisés (Republicanos), a primeira-dama Késia Martins da Silva, o ex-prefeito Udo Döhler (MDB) e a mulher, dona Léa Döhler, chegaram juntos à abertura do Festival de Dança, de Joinville, o que, para muitos, foi o ensaio da chapa ao governo, pensamento só não compartilhado em Jaraguá do Sul.
A afinidade da dupla fica mais evidente a três dias das convenções que definirão o futuro emedebista e a confirmação no Republicanos.
Moisés não discursou para evitar conflitos com a legislação eleitoral, o que não impediu o público aplaudi-lo quando foi citado pelo apoio dado ao maior evento de dança do mundo na manifestação do presidente do Instituto Festival de Dança de Joinville, Ely Diniz, e do prefeito Adilson Silva (Novo).
Foi uma vitória
Deputado Bruno Souza (Novo) bateu o pé e garantiu a convocação do secretário Aldo Baptista Neto (Saúde) para explicar o problema da falta de UTIs pediátricas e neonatais no Estado.
Governistas agiram para tentar transformar o pedido em convite, mas Bruno ponderou que a alteração não teria caráter impositivo para a aceitação e acabaria sendo negada ou protelada.
Moralismo versus legalidade
A autorização para a abertura da CPI do Aborto, proposta pela deputada Ana Caroline Campagnolo (PL), traz para a Assembleia um debate moral acima da forma legal acerca de um fato consumado e de tristes conclusões sociais.
O parlamento catarinense tende a transformar a comissão em um palanque eleitoral, se for confirmada a realização dos trabalhos no período de campanha, e pouco terá a acrescentar ao que já faz parte dos discursos inflamados à tribuna da casa sobre o que qualificam de uma interferência do Ministério Público Federal, que fez valer a lei que permite a interrupção da gestação em caso de estupro.
No centro da questão, a decisão de uma magistrada da Comarca de Tijucas, que adiou a autorização para a cirurgia e comprometeu a saúde e o futuro de uma criança de 11 anos, traumática sem dúvida, mas de uma discussão que deveria passar pelo Congresso Nacional.
Calendário
Deputados estaduais tocarão a pauta em nome de interesses comunitários e menos em função dos acordos com o Executivo.
O acordo foi determinado em reunião de líderes, na terça (19), embora tenha sido levantada até a tentativa de adiar as votações para pressionar a antecipação do pagamento de emendas impositivas, que devem ser quitadas até o fim do ano, pedido que acabou rejeitado.
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