Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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Eleições 2024

A três semanas do pleito, preparem-se para o aumento da temperatura nas campanhas

Nos três maiores colégios eleitorais, a dúvida é se haverá ou não o segundo turno

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Foto: Divulgação
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A tendência de boa parte dos candidatos a prefeito partirem para o tudo ou nada nas campanhas começa no marco a três semanas antes das eleições. A reação é mais imediata entre àqueles que precisam reverter o favoritismo de algum adversário, notoriamente nos três colégios eleitores onde pode ocorrer segundo turno: Joinville, Florianópolis e Blumenau.

A disputa acirrada é uma característica da eleição municipal. Mas outros fatores levam às denúncias e cobranças mais constantes. Veja algumas situações específicas:

Joinville tem tendência inédita na disputa

Adriano Silva, o favorito, alvo das tentativas de provocar segundo turno. Reprodução/Redes Sociais

A busca dos demais candidatos é impedir que o prefeito Adriano Silva (Novo), franco favorito à reeleição, leve no primeiro turno. A empreitada reúne de Carlito Merss (PT) a Sargento Lima, passando por Rodrigo Bornholdt (PSB) e Luiz Claudio Gubert (MDB).

Lima recebeu a maior fatia do PL no Estado, R$ 4 milhões para a campanha, e, recentemente, reforçou a equipe para garantir maior espaço. Se comparados aos pouco mais de R$ 730 mil, de Adriano; aos R$ 350 mil, de Carlito; aos R$ 835 mil, de Gubert; e aos R$ 175 mil, de Bornholdt (a maior parte recursos próprios do candidato); não há dúvida da aposta do partido de Jair Bolsonaro e Jorginho Mello para uma virada na mais populosa cidade catarinense.

Mesmo divulgado que Joinville ficou, aparentemente, fora do sorteio do bife na passagem de Bolsonaro por Santa Catarina, a partir do dia 19, a assessoria de Lima ainda acredita na visita. Na propaganda do rádio e da TV, o candidato do PL mostra vídeos do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle. Caso não venha, Sargento Lima deverá ter espaço VIP nos palanques da agenda.

Florianópolis convive com um festival de denúncias

A vice Maryane Mattos (PL) e Topázio Neto (PSD), em campanha. Divulgação

Com nove candidatos na disputa, a Capital também registra o protagonismo do atual prefeito, Topázio Neto (PSD), que está no centro dos ataques de Dário Berger (PSDB), Lela (PT), Marquito (PSOL) e Pedrão (PP). O objetivo comum entre eles é evitar uma vitória em primeiro turno de Topázio, que esbanja o talento de ter garantido espaço no universo dos mais jovens no Tik e Tok, e se aliou ao PL, MDB, Republicanos, Podemos, Novo, o que lhe garantiu o maior tempo de rádio e TV.

É neste âmbito que devem ser travadas as maiores batalhas de convencimento nos próximos dias, além dos debates. Dário e Lela têm sido os mais agudos nas críticas, justamente por tentar desconstruir a imagem de bom gestor do atual prefeito. Problemas financeiros pessoais, já rebatidos por Topázio, povoam a campanha do candidato pelo PSDB, que quer retornar à prefeitura depois de 12 anos. Na última estratégia, Dário busca atribuir às duas administrações dele e do ex-prefeito Gean Loureiro (União Brasil), que o apoia, obras relatadas pelo pessedista.

Lela mantém o discurso da corrupção, com a prisão de ex-assessores nomeados por Topázio, sem que o prefeito rebata por não ter sido citado nas investigações. Pedrão e Marquito são propositivos em seus estilos, ambos convergindo para problemas ambientais que podem comprometer a qualidade de vida tão valorizada na Capital catarinense.

O professor Rogério Portanova (Avante) faz o papel de alternativa-pêndulo, “nem à direita nem à esquerda, estamos à frente”, como repete. Brunno Dias (PCO), Carlos Müller (PSTU) e Mateus Souza (PMB) são defensores ideológicos na campanha, marcam presença sem grandes expectativas.

Blumenau tem eleição marcada por uma incógnita

Egídio Ferrari (C) conta com os padrinhos Jorginho e Bolsonaro para vencer. Reprodução/Redes Sociais

Em um ambiente bastante favorável ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao governador Jorginho Mello (PL), Blumenau tem a candidatura do deputado estadual Egídio Ferrari (PL) como favorita, mas não tem como ignorar as forças de Odair Tramontin (Novo), Ana Paula Lima (PT) e Ricardo Alba (Podemos). Aliado do prefeito Mário Hildebrandt (PL), Egídio tem a atual vice-prefeita Maria Regina Soar (PSDB) como companheira de chapa e uma aliança que inclui MDB, PP e PRD (partido criado pela fusão de PTB e PSL).

A questão é quem irá para o segundo turno com o candidato do PL. Tanto Tramontin quanto Ana Paula e Alba já concorreram à prefeitura de Blumenau em 2020, são conhecidos do eleitor.

Seguindo a maioria do posicionamento ideológico da maior cidade do Vale do Itajaí, a direita predomina nas intenções de voto, o que favoreceria mais votos para a Egídio, Tramontin e Alba, embora pulverizadas. Tramontin é visto como o candidato com maiores chances de dividir a próxima etapa da eleição com Egídio, dois candidatos de um mesmo segmento.

Porém, a esquerda já comandou a cidade, com Décio Lima (PT), marido da deputada federal Ana Paula, por duas vezes. No contexto, Rosane Magaly Martins (PSOL/Rede) entra como interessada em dar visibilidade à federação que representa, em mais uma demonstração de fracasso na tentativa de criar uma ampla frente de esquerda.

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