A segunda onda Bolsonaro varreu SC
Não há só um movimento político ou ideológico, há um apoio incondicional ao presidente da República
• Atualizado
Quem apostava que a nova eleição em 2022 traria um efeito atenuado do capital eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) em Santa Catarina, não imaginava que uma nova onda, ainda mais forte e quatro anos depois, elevaria o nível de interferência do presidente na política catarinense com a eleição de 11 deputados estaduais, seis federais e um senador, além de guindar o senador Jorginho Mello ao posto de candidato favorito ao governo no segundo turno.
A verticalização do voto e a réplica da nacionalização na disputa no Estado estabeleceram um novo parâmetro na corrida pelos votos, transformaram naturais aliados em super votados, como as reveladoras posições de Caroline de Toni, com 227.632 votos às Câmaras, e Ana Caroline Campagnolo, que amealhou 196.571 à Assembleia, duas reeleitas como campeãs de preferência do eleitor, batendo recordes anteriores.
Se a percepção fosse só o benefício direto, Jorginho e o até então desconhecido Jorge Seif Neto, ex-secretário nacional da Pesca, ainda receberam votação semelhantes – 1.575.912 para o governo e 1.484.110 -, prova inequívoca de que a maioria do eleitorado escolheu o 22 e não abriu qualquer possibilidade para analisar cenários ou candidaturas paralelos, mesmo que fossem defensores do projeto de Bolsonaro, tais como Carlos Moisés (Republicanos), Esperidião Amin (PP) ou Gean Loureiro (União) ao governo ou Kennedy Nunes (PTB) ao Senado, faltou-lhes o número mágico.
O PL foi o depositário do bolsonarismo, como o PSL o foi em 2018.
O ponto que Olavo de Carvalho defendia se confirmou
Guru dos conservadores brasileiros, o multifacetário Olavo Luiz Pimentel de Carvalho, falecido no início de 2022, que foi de ensaísta a influenciador digital, ideólogo brasileiro e também atuou como jornalista e astrólogo, cunhou uma máxima que foi materializada no país afora, sem exceção: “Não existe extrema-direita no Brasil, há o bolsonarismo”.
A eleição deste ano consolida o movimento, maior que a carga ideológica porque materializa e personifica a liderança em uma pessoa, o atual presidente da República, curiosamente algo semelhante ao que o Foro de São Paulo precisava firmar uma marca em um indivíduo para a esquerda quando escolheu em Lula um símbolo no PT.
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