A foto que Jorginho ainda não fez

Pressionado pelos conservadores ou simplesmente sem vontade de se indispor com os eleitores bolsonaristas, que, na segunda onda no Estado, lhe depositaram 2.983.949 votos (70,69% dos válidos), Jorginho Mello (PL) evita maiores aproximações com o Palácio do Planalto, leia-se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), embora já tenha participado de dois encontros com os demais 26 governadores, mas sem alguma audiência privada nas andanças por Brasília.

Entre os dias 26 e 27 de janeiro, quinta e sexta da semana passada, o governador até posou ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) – talvez para relembrar os anos de tucanato em comum (foto que pode ser pesquisada no site do governo: sc.gov.br) – e da ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal, representante da instituição mais execrada pelos apoiadores de Jair Bolsonaro, registro que parou em poucos lugares e não consta sequer dos arquivos no setor de comunicação da mais alta corte.

Para traçar um paralelo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, eleito em idêntica onda bolsonarista, já se reuniu por três vezes com Lula em audiências e tirou fotos onde cumprimenta o presidente (uma delas a principal deste post), depois de ter feito uma série de pedidos para a mais rica unidade da federação, no melhor estilo: a eleição já passou, é hora de governar.

Tarcísio não perdeu prestígio, foi “apedrejado” ou recebeu retaliações, apenas cumpriu o rito democrático de saber que não há como solicitar apoio sem fazer gestos políticos, algo que deveria entrar no radar do governador catarinense, sem o temor de desagradar quem quer que seja.

A ressalva é a de que tanto Jorginho quanto Lula estão no início dos mandatos e as relações institucionais entre ambos, que já foram muito próximas nos mandatos anteriores do petista, enquanto o catarinense era deputado federal, fluam normalmente, sem patrulhamentos.

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