Roberto Azevedo

O jornalista Roberto Azevedo tem 39 anos de profissão, 17 deles dedicados ao colunismo político. Na carreira, dirigiu equipes em redações de jornal, TV, rádio e internet nos principais veículos de Santa Catarina.


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De olho em 2026

A diferença entre o apoio do MDB que Jorginho quer e o que a sigla deseja

Mais espaço na administração é a proposta à mesa, sem definir a secretaria

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Os deputados Emerson Stein, Antídio Lunelli e Tiago Zilli, em plenário. Bruno Collaço/Agência AL
Os deputados Emerson Stein, Antídio Lunelli e Tiago Zilli, em plenário. Bruno Collaço/Agência AL

A bancada estadual do MDB mais o deputado Jerry Comper (secretário de Infraestrutura) e o presidente estadual, deputado Carlos Chiodini, receberam do governador Jorginho Mello (PL) uma proposta para manter o apoio ao governo, nesta quarta-feira (16), entre uma xícara de café e outra, na Casa d’Agronômica. O tão esperado aceno de uma pasta, talvez a da Agricultura, não veio, mas Jorginho deixou claro que quer aumentar a participação emedebista na administração estadual. Para alguns, é uma pasta que não representaria espaço privilegiado.

Os deputados deixaram o encontro na Casa d’Agronômica e se reuniram, mais uma vez, na Assembleia, com o presidente da casa Mauro De Nadal. Mesmo que os semblantes eram de sorrisos ao final da segunda conversa sobre o mesmo tema, poucos minutos depois da reunião com Jorginho, o MDB quer outras garantias, por isso um novo encontro ocorrerá nos próximos 10 dias, com a perspectiva de amadurecer inclusive o integrante da bancada que poderá assumir uma pasta: o deputado Antìdio Lunelli, o mais empolgado para o projeto e não é de hoje.

A bancada do MDB, o secretário Jerry Comper e o presidente Carlos Chiodini com Jorginho Mello. Divulgação

Dentro do PL prospera a intenção de que somente a consolidação de uma chapa que tenha os emedebistas, o PP e o PSD dará uma hegemonia ao projeto de reeleição de Jorginho, quase uma reinvenção da tríplice aliança, que um dia reuniu DEM (depois PSD), PSDB e PMDB. Na projeção dos sonhos, o governador teria o MDB como vice, o PP com um das vagas ao Senado, leia-se Esperidião Amin, e o PSD com outra, uma maneira de atrair o virtual maior adversário anunciado, o prefeito reeleito João Rodrigues, de Chapecó.

Os pessedistas que emergiram das urnas com 41 prefeitos nas principais cidades do Estado, em cinco das 10 maiores colégios eleitorais do Estado, tem tudo para exigir mais do que está pré-desenhado. O próprio presidente do PSD Eron Giordani analisa que, antes de mais nada, Jorginho buscará manter os partidos que estão em seu entorno para, mais tarde, partir para novas investidas, no não tão longo caminho de dois anos que separa a eleição municipal da geral.

A reação no PL deve ser avaliada

A construção, tanto com o MDB, acostumado a grandes espaços nos governos dos quais participou ou comandou, quanto com PP e PSD, não deve ignorar as pretensões de muita gente do próprio PL. Não será nenhuma surpresa se a deputada federal Caroline de Toni ou a deputada Ana Campagnolo, duas campeãs de voto em 2022, pretenderem concorrer à majoritária, ou seja, ao Senado, o que geraria desconfortos se o privilégio for dado aos aliados, um deles a ser conquistado ainda.

Mesmo que uma das duas resolva seguir caminhos diversos, terão que, no mínimo, que serem consultadas pelo número de eleitores em potencial que devem angariar. Não será necessário projetar muito para saber que são os integrantes do PL que terão voz ativa, além de poder de veto a algumas pretensões dos partidos cortejados por Jorginho.

PP se define pró-Jorginho desde agora

O presidente estadual do PP, Leodegar Tiscoski, que fez o balanço do desempenho em 2024. Roberto Azevedo

O Progressistas está alinhado e dentro do governo Jorginho Mello desde agora para 2026, garante o presidente estadual Leodegar Tiscoski. Na entrevista que concedeu ao SCC Meio-Dia, nesta quarta-feira, enquanto os emedebistas ainda digeriam o café da manhã e reuniões duplas, Tiscoski, que foi deputado estadual e federal, argumenta que há presença na chapa de Jorginho também significa deter a diminuição do tamanho das duas siglas. O PP fez 53 prefeitos e 45 vices no Estado.

Na versão do presidente estadual do PP, Esperidião e Luiz Henrique fizeram gestões exitosas, com muitas realizações, e o passo de unir as duas siglas na eleição municipal em Joinville, quando o emedebista Luiz Claudio Gubert teve ao seu lado o pepista Anelísio Machado, foi calculada. “Está na hjora de acabar com esta rivalidade”, diz Tiscoski ao avaliar a questão de sobrevivência, fator que deverá aglutinar apoios e alianças entre siglas para a as eleições daqui a dois anos.

Hoje, o ex-presidente da Assembleia Silvio Dreveck é o representante do PP na Secretaria de Indústria, Comércio e Serviço, sem pespectiva próxima da legenda pedir mais espaços a Jorginho. O fato do quadro nacional, com candidaturas à Presidência, que levam, muitas vezes, à verticalização forçada, deve, no mínimo, pesar para decidir os rumos de PL, MDB, PP, PSD e quem mais estiver à sombra (Podemos, União e PRD), em 2026.

Leodegar se reúne com a bancada estadual na próxima terça-feira (22). E, em novembro, o partido fará um encontro com prefeitos e vices eleitos, onde, certamente, o assunto apoio a Jorginho Mello entrará em pauta.

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