Quando a Mulher-Maravilha adoece, quem cuida por ela… e quem cuida dela?
Quando o corpo dá sinais de exaustão, o sono foge, o coração acelera, a imunidade cai… ela fica doente, quem cuida por ela?
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Ela acorda cedo. Prepara o café, organiza a rotina, resolve o que ninguém viu, lembra o que todos esqueceram. Trabalha fora (ou dentro de casa, o que muitas vezes é mais cansativo), cuida dos filhos, dos pais, dos pets, das contas, das emoções. Pois é. Ela é incrível, mas também é humana. É a Mulher-Maravilha da vida real, sem capa, mas com uma agenda que mais parece um campo de batalha.
E quando essa Mulher-Maravilha adoece?
Quando o corpo dá sinais de exaustão, o sono foge, o coração acelera, a imunidade cai… ela fica doente, quem cuida por ela? E, mais importante: quem cuida dela?
A sobrecarga física e emocional das mulheres é uma realidade silenciosa, mas presente em quase todos os lares. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres ainda dedicam, em média, 10 horas a mais por semana às tarefas domésticas e de cuidado do que os homens. Isso se soma à pressão profissional, à exigência estética e à culpa (aquela que parece ter vindo de brinde com o nosso nascimento). Não à toa, especialistas da área da saúde, como os do Oncoguia e da Revista Brasileira de Psicologia Hospitalar, alertam para o impacto do estresse crônico no corpo, inclusive como fator de risco para doenças como o câncer de mama.
O corpo fala. E quando ele começa a pedir pausa, talvez já seja tarde demais.
A verdade é que nós mulheres, até achamos que somos a heroína da família toda, mas não fomos feitas para dar conta de tudo, e nem deveríamos tentar. A perfeição da Mulher-Maravilha pertence às páginas da mitologia, não à vida real. Na vida real, o corpo precisa de descanso, o coração precisa de tranquilidade, e a mente precisa de leveza. Senão a gente não da conta e fica mesmo doente.
Mas, sem vitimização, precisamos ter consciência e toda a família precisa ter corresponsabilidade. Porque se o peso é compartilhado, as tarefas da vida também pode ser, e aí não pesa muito para ninguém. E aqui entra o papel essencial dos homens e de toda a família.
Dividir as tarefas da casa não é “ajudar”. É participar e entender que o cuidado com a casa, com os filhos e com a rotina não é uma questão de generosidade masculina, mas de justiça e parceria.
Quando os homens assumem seu papel ativo no lar, não estão somente aliviando a carga das mulheres, eles estão cuidando da saúde de quem amam. Pesquisas mostram que mulheres em relações e ambientes familiares mais equilibrados emocionalmente adoecem menos, são mais produtivas e se sentem mais felizes.
O cuidado e a divisão de tarefas, afinal, é uma forma de amor.
Por isso, durante o Outubro Rosa também precisamos colocar nosso olhar para o que está por trás das estatísticas. A prevenção começa no corpo, na rotina, na casa e nas relações.
Nós mulheres precisamos ter autorresponsabilidade, cuidar para não piorarmos a situação, importante cuidar da saúde física e mental, pois autocuidado não é luxo, é sobrevivência.
Precisamos lembrar que a mulher não precisa ser heroína todos os dias. Somente em alguns, porque somos sim heroínas, quem passa pelas dificuldades da adolescência, do turbilhão de hormônios que se prolonga durante toda a vida a cada ciclo menstrual, nas gestações e por fim, no climatério e na temida menopausa (aliás, logo logo tem coluna a respeito por aqui) só pode ter algum tipo de superpoder mesmo.
E que um dos maiores gestos de amor que um homem pode ter é cuidar da gente. Dividir as tarefas de forma equilibrada, respeitando a dinâmica de cada família, e fazer um carinho de vez em sempre, a gente merece né?
Porque quando a Mulher-Maravilha adoece, o mundo perde o equilíbrio. Mas quando ela é cuidada, de verdade, com parceria, respeito e amor, o mundo volta a girar no ritmo certo.
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