Dolmar Frizon

É colaborador da Fecoagro e editor-chefe do programa Cooperativismo em Notícia, veiculado pelo SCC SBT. Foi repórter esportivo por 22 anos.


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Dolmar Frizon

Mulheres que inspiram mulheres

No cooperativismo, o crescimento no número de mulheres associadas foi extraordinário. Eram 8% em 2005. Hoje, passa folgado de 40%.

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Foto: Bay Alex
Foto: Bay Alex

Dona de casa é a vovozinha, diria a minha mãe. E olha que isso já faz muito tempo. As mulheres, que foram em busca de algo mais, de aprendizado, hoje são administradoras, líderes comunitárias, comprometidas com as causas sociais e são partes vivíssimas desse novo universo.

No cooperativismo, por exemplo, o crescimento no número de mulheres associadas foi extraordinário. Eram 8% em 2005. Hoje, passa folgado de 40%. Resumindo: de 2.700.000 associados em Santa Catarina, 1.088.000 são de mulheres. E esse crescimento tem a ver com o trabalho feito há mais de 30 anos, quando lá atrás as cooperativas, especialmente as agropecuárias, decidiram criar os núcleos femininos. Isso tirou as mulheres de casa, deu a elas empoderamento, conhecimento, transformando-as em associadas. Foi uma tarefa árdua, mas que valeu cada suor derramado.

E para celebrar essa evolução a OCESC e o SESCOOP realizam todos os anos um Encontro Estadual aonde mais de 900 associadas, das quase 250 cooperativas, vem a Florianópolis celebrar esse movimento. Durante três dias, elas mergulham num mundo infinito de conhecimento. Um dos projetos mais antigos do estado é o da Copérdia. Ele foi criado em 1988, quando a participação da mulher nos processos da cooperativa era muito tímida. Hoje, elas se tornaram lideres, com acento em todos os conselhos da cooperativa.

Além disso, a participação das mulheres também cresceu nas assembleias. Só neste ano, com pandemia e tudo, mais de 54% das participações foram femininas. E eu quero destacar aqui, duas dessas mais de 1.400 mulheres que estão dentro dos núcleos femininos: a Idilse Mosele e a dona Gélsi Maltauro. Por meio dos cursos oferecidos pela Copérdia, eles conseguiram o espaço que imaginaram. A Idilse é conselheira de administração, está lá no comando da cooperativa dando suas opiniões e aprovando projetos. Já a Gélsi foi eleita para o conselho fiscal, órgão que controla todos os investimentos da Copérdia, dá aval para cada movimento que a cooperativa decidir executar.

E foi esse movimento extraordinário que rendeu a Copérdia o 2º lugar no prêmio SOMOSCOOP, na categoria fidelização, realizado em Brasília. O projeto buscou evidenciar essa trajetória que colocou a cooperativa entre as mais dinâmicas do país. Só pra vocês terem uma ideia, o concurso deste ano reuniu mais de 550 projetos, em seis categorias. Foi um recorde histórico. E os frutos desses 32 anos de trabalho estão aí. São conquistas reconhecidas pela sociedade e que dão ao cooperativismo a certeza de que elas, as mulheres, são o nosso bem mais precioso.

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