Ana Paula Dahlke

Jornalista e editora-chefe do Economia SC.


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Mulheres contam desafios de liderar equipes diante da pandemia

Com 102 profissionais mulheres em seu quadro de colaboradores, a maior empresa de soluções para a gestão pública do país, a GOVBR, de Blumenau (SC), cada vez mais preza pela diversidade de gênero

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 Maria Fernanda Ladeira Rodrigues Ferreira e família. Foto: Divulgação
Maria Fernanda Ladeira Rodrigues Ferreira e família. Foto: Divulgação

Por ser uma empresa que atua diretamente com tecnologia, um setor no qual a participação feminina catarinense diminuiu entre 2015 e 2019, passando de 27,3% para 24,8%, respectivamente, segundo o estudo feito pela Acate Tech Report 2020, a GOVBR hoje tem 9 colaboradoras nas funções de liderança, indo na contramão da pesquisa estadual. Gradativamente, a empresa se preocupa em selecionar mulheres tanto para o quadro geral quanto para cargos de comando.

A diretora de Desenvolvimento de Produto da empresa, Virgínia Kayser da Silva, defende que “nós mulheres somos muito fortes e determinadas. E temos uma percepção aguçada do que acontece nas entrelinhas, nos caminhos que não são apenas de hierarquia. E acredito que a gente acaba tendo muita facilidade nisso, gerando integração de áreas e times. Este é um grande diferencial da mulher”.

Diante da pandemia, muitos desafios foram enfrentados por essas profissionais. Confira abaixo o relato de quatro colaboradoras da GOVBR sobre esse momento.

Com 29 anos de trajetória na empresa, a coordenadora administrativa Patrícia Juliana Medeiros Caresia conta que apesar do home office, no qual teve que gerir sua equipe à distância, “a tecnologia facilita a interação e a comunicação”.

Ela complementa dizendo que a maior lição que leva desse momento atípico é o comprometimento:

“Cada um teve que em casa sozinho ser seu líder, mesmo com todo apoio à distância, alinhamentos e reuniões, se você não está comprometido, a coisa não anda”.

Para Ana Lúcia Campana de Souza, coordenadora de suporte, “fazer a gestão de pessoas é um aprendizado diário”. Ela comanda uma equipe de 22 pessoas e destaca que a empatia, nesse período, foi essencial.

A empresa por si só promoveu ações que contribuíram para que os profissionais pudessem se sentir acolhidos. Entre as ações estão: auxílio psicológico e médico à disposição, atividade laboral on-line e disponibilidade de material e equipamentos para exercer o trabalho da melhor forma.

“Se colocar no lugar do outro é primordial. Dentro da nossa equipe todos tivemos perdas, desde familiares até os que tiveram que adiar o sonho de se casar, por exemplo. A forma como estamos superando essas dificuldades é uma só: confiança no próximo. Acredito que ainda não superamos todas as dificuldades, mas tenho certeza que mesmo com elas estamos fazendo nosso melhor. As entregas da equipe mostram isso e isso me deixa cada dia mais orgulhosa das pessoas com quem trabalho”, ressalta.

Recém-chegada na empresa, Maria Fernanda Ladeira Rodrigues Ferreira, que atua no escritório da GOVBR no Rio de Janeiro como coordenadora de governança de dados, defende que “é possível trabalhar à distância sim e o direcionamento do líder é fundamental”.

A dica que ela dá para esse momento é de criar rotina. Além disso, ter um local mais calmo, postura correta e exercícios regulares. “Eu trabalhei anos em home office antes de vir para cá. Por isso, já estava acostumada, mas a verdade é que tem que ter foco, isso porque o cachorro late, o filho chama, a entrega chega, mas dá pra conciliar”.

Já Cátia Josiane Lavina, gerente de produto da empresa, faz a gestão direta e indireta de 60 colaboradores. Para ela, o envolvimento nesse período reduziu bastante, mas os obstáculos estão sendo superados:

“No início da pandemia busquei estar acessível a todos que quisessem conversar. Outras atividades ficaram um pouco de lado porque o importante era apoiar na adaptação rápida e que as pessoas se sentissem próximas mesmo com a distância física para que as atividades não sofressem muito impacto. As lideranças foram fundamentais também, mas acredito que o fator principal foi que todos os colaboradores se apoiaram e não deixaram que o senso de pertencimento e de time se perdesse”.


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