Ministro promete vacina em janeiro, falta só combinar com o presidente
Bolsonaro escreveu que não vai comprar a vacina chinesa.
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Já vou começar dizendo que não me importa de quem é a vacina, quem fabricou ou quem desenvolveu. Estou preocupado com a eficácia, se vai trazer resultado positivo contra à COVID-19, sem graves efeitos colaterais.
Dito isso, vamos aos acontecimentos. Nada empolgantes, por sinal. Chegou para gente aqui em Santa Catarina, através de uma reunião entre governadores e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que o Brasil terá 46 milhões de doses da vacina contra o coronavírus até início de janeiro. É a vacina do Instituto Butantã que deve chegar cerca de um mês antes da AstraZeneca, de Oxford, servirão para iniciar a vacinação, caso sejam aprovadas após o último estágio de desenvolvimento.
Confira um trecho do que disse o ministro durante a reunião com governadores:
“A vacina do Butantã será a vacina brasileira. É a nossa grande novidade e isso equilibra o processo. Temos 140 milhões de doses da AstraZeneca, que chegam também a partir de janeiro. E se o Butantã fornecer as doses iniciais, já conseguiremos iniciar a vacinação antes. Conforme o processo ande, será analisada as possibilidades de se comprar mais, seguir o modelo inicial ou adquirir outras vacinas”.
Até aí tudo bem, animador, já que a vacina é a única forma de controlar a doença e trazer a normalidade para as pessoas. Mas eu digo mais, essa é a grande notícia desde o começo dessa pandemia. Se existe algo, que todos nós esperamos, é a liberação da vacina, mas para se tornar realidade o ministro vai ter que combinar antes com o presidente Bolsonaro, que na manhã desta quarta-feira publicou que a vacina do Instituto Butantã “NÃO SERÁ COMPRADA”. Foi exatamente assim que o presidente escreveu.
Bolsonaro disse ainda que logo tudo será esclarecido. O que precisa ser esclarecido, presidente? A vacina não será comprada porque é produzida em parceria com a empresa chinesa Sinovac, ou por não aceitar o acordo com São Paulo de João Doria?
Tudo que saia do campo da eficácia, é desnecessário agora. Ideologia política, achismo, nada disso importa quando estamos falando de vidas que podem ser salvas, do retorno das atividades econômicas, da tranquilidade que a vacinação em massa pode trazer.
A única discussão que vale agora é se a vacina, que pode ser entregue em janeiro, passou por todas as fases e testes, se tem registro e se não promove efeitos colaterais. Se aprovada pelos órgãos responsáveis, não tem discussão, é disponibilizar à população. Vacinar quem quer, tudo bem. Só não dá para tirar esse direito de quem tem vontade de receber a vacina.
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