Vamos falar sobre autismo?
Você sabia que o homem do momento: ELON MUSK é autista?
• Atualizado
O nome mais comentado da semana é do empresário ELON MUSK, dono da Tesla, e bem recentemente, do Twitter. Fui conhecer mais da história dele e li que Elon tem autismo. Meu primeiro pensamento foi, como assim? Ele não é um empresário supercompetente? Autista? Nesse momento me dei conta do meu preconceito e da minha ignorância gigante sobre o assunto e resolvi pesquisar mais sobre o tema.
Fiz a minha pesquisa, escrevi, e minha colega, a professora e administradora Patrícia Gesser, mestranda pelo PPGEGC/UFSC, pesquisadora sobre o tema, me ajudou a finalizar a coluna. Achei muita responsabilidade falar sobre isso sem alguém que saiba bem do assunto. Obrigada Patrícia.
O TEA é uma condição de saúde que se caracteriza por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, além de uma estreita gama de interesses e atividades únicas e realizadas repetidamente pelo individuo (OPAS, 2022).
Existem diversos subtipos do transtorno, entre eles a síndrome de Asperger. As pessoas autistas podem ter inteligência acima da média ou deficiência intelectual, o espectro é muito grande e abrange muitas especificidades. Para facilitar, neste texto irei me referir ao transtorno como TEA ou Autismo.
Segundo o CDC (Central of Disease Control) órgão americano, em 2002 os casos de pessoas com TEA eram 1 para cada 150 crianças. Algumas pesquisas dizem que desde 2020, a cada 54 crianças, 1 é autista.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), a estimativa é que o autismo atinja 1% da população mundial, no Brasil devemos ter mais de 2 milhões de pessoas com autismo. Estudos indicam que o TEA afeta mais os meninos: a cada 4 meninos, 1 menina é diagnosticada.
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Para a OMS (Organização Mundial da Saúde) fatores genéticos e ambientais podem causar o autismo. E é mais facilmente diagnosticado a partir dos 2 anos de idade. Lembrando que, mesmo sendo causado geneticamente ou por comorbidades, o TEA é impossível de se prever ou de controlar.
Quais são os sintomas do autismo?
Os sintomas mais comuns são baixa interação, repetição de movimentos, dificuldade de se comunicar, dificuldade de olhar nos olhos. Ao suspeitar que a criança tem o TEA é muito importante procurar um médico e seguir corretamente as orientações. O diagnóstico precoce é muito importante.
Não existe cura para o autismo, mas existem tratamentos interdisciplinares e terapias que auxiliam bastante o desenvolvimento e aprendizagem.
Mas, e quando crescem, os autistas podem trabalhar?
Podem e devem, claro que em alguns casos mais graves fica muito difícil, mas muitas pessoas com TEA de grau leve trabalham, estudam e formam família. Autistas são artistas maravilhosos, músicos fantásticos, matemáticos de renome, jornalistas competentes. Anthony Hopkins, Bill Gates, Elon Musk e Susan Boyle são autistas, e suspeita-se que Einstein também era.
O setor da tecnologia é um dos que pode se beneficiar muito com a contratação de autistas, pois essas pessoas possuem características logicas e matemáticas muito desenvolvidas e podem ser o diferencial que as organizações necessitam.
Outro benefício de ser ter pessoas com TEA no quadro de colaboradores é que os autistas tem uma maneira de pensar bem singular e por isso acabam encontrando soluções inovadoras e “fora da caixa”.
Mesmo trazendo diferencial para as empresas a contratação de autistas é desafiadora tanto para as organizações como para as pessoas com TEA. Para que a inclusão de autistas aconteça é necessário que a empresa se prepare para receber esse profissional.
Por outro lado, as pessoas autistas precisam estar capacitadas para entrar no mercado de trabalho, e essa questão é complicada, pois as terapias e acompanhamentos com profissionais interdisciplinares (médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, dentre outros) não está ao alcance de todos.
Enfim, a caminhada é longa, mas com conhecimento e consciência do bem-estar coletivo, podemos promover ações que incluam essas pessoas no competitivo mundo corporativo, gerando autonomia e aumento de produtividade organizacional, como já vem se comprovando no mercado, por meio de equipes mais diversas.
OPAS. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Transtorno do espectro autista. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/transtorno-do-espectro-autista
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