Elas continuam não sendo maioria nas empresas

Você sabia que apenas 12,8% das lideranças de empresas listadas na bolsa são mulheres? Pois é. Um estudo exclusivo feito pelo IBGC a pedido do Valor Investe, revelou que apenas 5% das 295 empresas analisadas têm ao menos um terço (33%) de mulheres em cargos mais altos. Elas não são maioria em nenhuma das companhias.

Em que pese o engajamento de muitas pessoas e organizações para uma sociedade mais inclusiva e diversa e todo o esforço feito para incluir mais mulheres na liderança, elas ainda são minoria tanto nos conselhos quanto nas diretorias das empresas. É o que revela uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) a respeito da participação de mulheres em conselhos e diretorias de empresas no ano de 2021.

Das empresas pesquisadas, 22,4% não apresentavam nenhuma mulher ocupando a posição de conselheira ou de diretora. Dentre aquelas que tem mulheres ocupando uma posição no conselho de administração, conselho fiscal ou na diretoria, apenas 2 possuíam uma participação igualitária de homens e mulheres, e, nenhuma empresa apresentava percentual maior que 50% de mulheres ocupando uma das posições elencadas. 

Apenas 5% das empresas analisadas têm ao menos um terço (33%) de mulheres em cargos mais altos e quase um quarto (22,4%) não tem NENHUMA profissional mulher nos conselhos ou em cargos de diretoria. 

>> Para mais notícias, siga o SCC10 no Twitter, Instagram e Facebook.

Ver esses dados em pleno século XXI é quase assustador!

Quando olhamos as informações pelo número de empresas os dados são preocupantes, mas quando se analisa os dados individuais eles nos chamam ainda mais atenção: 

As 295 empresas totalizam 4.989 profissionais atuando na liderança, desses quase 5 mil profissionais, apenas 640, sim eu disse APENAS 640 são do sexo feminino, ou seja, apenas 12,8% de todos os profissionais em posição de liderança das empresas estudadas são mulheres. 

Esse levantamento feito pelo IBGC reflete uma triste realidade no mundo corporativo: as mulheres correspondem a metade da população brasileira, são quase a metade (46,8%) das pessoas com curso superior e mesmo assim, são a minoria em cargos de chefia nas empresas do Brasil. A bastante tempo estamos falando sobre a importância e os benefícios da diversidade e inclusão e da presença de mulheres em cargos de liderança, mesmo assim a representatividade feminina continua baixa e isso não está certo. 

Mas como fazer para mudar esse panorama nas empresas?

Uma das formas é falar sobre o assunto. 

Mostrar dados para sensibilizar as pessoas, trazer os homens para nos ajudar no fomento a equidade de gênero. Não somente para o bem das mulheres, mas para melhorar a economia e a sociedade como um todo. 

Depois nos perguntam por que as cotas são importantes, mas isso é assunto para outra coluna, e dá pano para a manga.

“O que seria de todas as nações e do mundo, se a humanidade dobrasse sua capacidade de pensamento ao abrir as portas para todas as mulheres?” (Margaret Fuller, jornalista e escritora)