A Páscoa e a ressignificação das nossas crenças em relação às diferenças

Estamos na semana Santa. Na semana da Páscoa. Sabemos que Páscoa é esperança, vida nova e renovação. 

Independente da questão religiosa quando celebramos a Páscoa sempre tem um significado, nem que seja pela família reunida e a mesa farta. 

A palavra Páscoa (Páscoa Cristã) vem do latim Pessach (Páscoa Judaica), que significa ir além, ultrapassar, atravessar. Para mim, significa deixar para traz a angústia, a raiva, os problemas e renascer como uma pessoa melhor. Melhorar para os outros, mas principalmente, melhorar para mim. 

Foi pensando nisso que resolvi trazer uma reflexão na coluna de hoje. 

Há algum tempo tem se falado em diversidade e como ela é importante para as empresas, que precisamos fazer a gestão da diversidade com vistas a melhorar o bem-estar dos colaboradores, a inovação e o resultado.

Hoje gostaria de falar de como a diversidade faz bem para mim. Para a Melissa, como pessoa, pois foi quando mergulhei no mundo das diversidades que a porta se abriu. E se fechou atras de mim. Hoje, percebo como é bom estar aprendendo a esse respeito todos os dias, como me faz crescer e como sou mais leve e feliz.

Me dei conta que vivemos em uma sociedade plural, TODOS somos diferentes. E não tem o que a gente faça, vista ou mude, jamais seremos totalmente iguais a outra pessoa. Sempre acho importante ressaltar a diversidade de forma positiva, onde a singularidade de cada individuo seja respeitada. 

Tendemos a achar que é diversa a pessoa negra, transsexual e que possui uma deficiência. NÃO. Diverso é qualquer um. Diversos somos TODOS. 

Quando tratamos das diversidades pensando em cada individuo como um ser autêntico e singular é que começamos a respeitar a todos. Cada um com suas características e escolhas. Não podemos deixar que as características e escolhas de outra pessoa nos incomode ou nos afete.

Vou dar um exemplo aqui que cabe mais para a comunidade LGBTQIA+, mas é uma situação real. 

Uma vez, presenciei uma discussão acirrada sobre “aceitar” ou não uma pessoa trans, quando um jovem falou a seguinte frase para as pessoas que achavam um “absurdo” chamar o até então “João” de “Jeniffer”, falou o jovem: Se essa pessoa quer ser chamada de ela, e pede para que eu a chame de Jeniffer, eu vou chamar. O que muda na MINHA VIDA respeitar a vontade dessa pessoa? O que muda na vida de vocês? Nada. Mas para ela, muda tudo.

Alguma dúvida que todos ficaram em silêncio? Tenho certeza de que muitos ali ressignificaram as suas crenças a partir daquele dia. E eu aprendi um grande exemplo que já utilizei muitas vezes quando as pessoas falam algo assim.

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Quando converso com empresários que querem investir em diversidade e inclusão, mas…. falam: eu não posso fazer nada se essas pessoas não são capacitadas para a função ou eu quero contratar PCDs, mas não vou investir em acessibilidade. Sempre falo que a mudança tem que começar dentro de cada um. Para que você, ao pensar em trazer a diversidade para sua empresa, já tenha mudado a chave dentro de você e entenda que cada um precisa fazer a sua parte. 

Somente assim, cada um ressignificando as crenças e valores individuais, se conseguirá mudar a cultura de toda a sociedade. 

E é por isso que hoje eu faço um pedido: para que ao refletir sobre a sua Páscoa, você olhe bem para dentro e ressignifique a questão das diversidades. Mude. Ouse pensar diferente. Se não conseguir mudar totalmente, vá devagar. Dê um passo em direção ao respeito pelo outro. Esse passinho, pode não fazer nenhuma diferença na sua vida, mas pode mudar para sempre a autoestima e a vida do ser humano ao seu lado. 

FELIZ PÁSCOA para todos e todas vocês.