A Argentina entre a servidão e a liberdade
No próximo domingo, a Argentina decidirá mais do que seu próximo presidente. Os argentinos estarão optando entre o caminho da liberdade e o caminho da servidão.
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Em um dos livros mais impactantes do século XX, “O Caminho da Servidão” de Friedrich Hayek, laureado com o Nobel de Economia, o autor conclui sua obra afirmando: “Para construir um mundo melhor, devemos ter a coragem de começar de novo — mesmo que isso signifique, como dizem os franceses, reculer pour mieux sauter(‘recuar para melhor avançar’).” Essa passagem sutilmente aponta para a solução que a Argentina precisa para superar seus desafios atuais: mais liberdade.
Não se trata de advogar por uma posição reacionária, que busca um passado idealizado para o futuro. Afinal, os dados mostram que até a terceira década do século XX, a Argentina se destacava como uma das nações mais prósperas do mundo, impulsionada pelas ideias de liberdade. Foram as liberdades econômicas e políticas que transformaram o país em uma nação de sucesso, e foi precisamente o enfraquecimento desses ideais que conduziu a Argentina ao fracasso.
No próximo domingo, os argentinos se dirigem às urnas não apenas para eleger um presidente, mas para enfrentar um momento crítico de sua história. Esta não é uma eleição comum, mas sim um ponto de inflexão em meio à iminência de hiperinflação e ao persistente enfraquecimento institucional e divisão social associados à política kichnerista. A possível eleição de Sérgio Massa, atual ministro da economia, sinaliza a continuidade do processo de deterioração política e econômica. Dada a frágil situação financeira do país, a Argentina arrisca entrar em um ponto sem retorno, caminhando para um estado de subdesenvolvimento crônico.
Do lado oposto, surge a alternativa de um outsider, o economista Javier Milei. A incerteza paira sobre a capacidade política de Milei para resolver os desafios argentinos, dada sua inexperiência política e potencial base de apoio frágil. Vale ressaltar que Maurício Macri, apesar de contar com mais apoio do que Milei, falhou em implementar as mudanças necessárias para estabilizar a economia argentina e romper com as amarras peronistas que prejudicam o progresso do país.
No entanto, Milei apresenta dois argumentos convincentes em seu favor. Ele representa uma perspectiva de esperança, ao passo que Massa é a certeza de um futuro desastroso. Além disso, Milei se respalda em ideias comprovadamente bem-sucedidas de liberdade, cujo histórico de êxito no passado merece consideração.
Apesar da campanha do medo adotada por Massa contra seu adversário, acredito não haver razões para deixar de apostar na mudança. Atualmente, a população argentina sustenta os privilégios da classe política, burocrática, cartéis privados e sindicalismo pelego em troca do assistencialismo estatal. Para se tornarem um povo verdadeiramente livre, os argentinos precisam emancipar-se desse ciclo e restaurar os princípios do passado. Este não é um caminho novo; a Constituição de 1853 delineou um futuro promissor para a Argentina. Ao resgatar as ideias de Juan Bautista Alberdi e Domingo Faustino Sarmiento, a Argentina terá a oportunidade de redescobrir o caminho da liberdade e prosperidade. Que no próximo domingo, a Argentina reencontre esse caminho e se torne um exemplo para o Brasil e a América Latina.
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